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Escavações na Torre do Capitão e Capela de Santo Amaro em exposição

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O Museu a Cidade do Açúcar, no Funchal, tem patente a exposição temporária intitulada ‘Intervenção arqueológica Torre do Capitão e Capela de Santo Amaro’, que reúne o espólio encontrado nesta escavação arqueológica que teve início em 1998.

Para Miguel Silva Gouveia, esta mostra “é o resultado de vários anos de trabalho especializado da Câmara Municipal do Funchal no campo da arqueologia, com base nas escavações que foram executadas pela equipa do Gabinete de Arqueologia e Restauro da Autarquia, e pelo Historiador Rui Carita, na antiga Casa Acastelada de Garcia Homem de Sousa, genro do primeiro Capitão donatário do Funchal, João Gonçalves Zarco.”

De acordo com o presidente da Autarquia do Funchal que visitou a exposição, trata-se de uma intervenção que abrangeu três edifícios: A Torre do Capitão, mandada erguer em meados do século XV por Garcia Homem de Sousa, uma construção acastelada à maneira medieval, de planta quadrangular, que provavelmente é a mais antiga construção de características militares construída por portugueses fora do território continental que ainda se encontra erguida; a Capela de Santa Amaro, anteriormente conhecida por Capela Madre Deus e uma das primeiras capelas a ser edificadas na Ilha da Madeira; e a Casa dos Romeiros.

Dentro destas edificações foram descobertos fragmentos de azulejaria de diferentes tipologias, como objectos em metal (moedas, ceitis do reinado de D. Afonso V), crucifixo em cerâmica, balas de mosquete, dedais, botões, missangas, fivelas, alfinetes, entre outros.

“Para que este trabalho não se perca novamente no tempo, para além do processo rigoroso de limpeza de que foram alvo estes objectos, também realizamos o seu registo, quer a nível escrito, quer fotográfico”, frisou Miguel Silva Gouveia.  

No final desta exposição, o espólio será entregue à Direção Regional da Cultura que ficará encarregue de preservar os achados, enquanto a Câmara vai “continuar o seu trabalho em nome da valorização do património histórico da cidade e do interesse de todos os funchalenses, para que a memória dos nossos antepassados e a memória que define a singularidade e a autenticidade da cidade do Funchal nunca seja perdida ou destruída.”