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Levar o Porto Santo à capital do País

Exposição inaugurada no Centro Cultual de Belém aborda a arquitectura da Escola da Vila

Maquete do projecto original à escala 1:50 e imagem da Escola do Porto Santo datada de 1769
Maquete do projecto original à escala 1:50 e imagem da Escola do Porto Santo datada de 1769, Fotos MP

Obra de Chorão Ramalho utilizou os recursos característicos da 'Ilha Dourada'

A arquitectura presente na Escola Primária da Vila Baleira, no Porto Santo, popularmente conhecida como Escola da Vila, foi analisada em pormenor por Madalena Vidigal e Diogo Amaro, curadores da exposição ‘Escola do Porto Santo: uma obra de Raúl Chorão Ramalho’, que foi ontem inaugurada da Garagem Sul, no Centro Cultural de Belém.

Conforme o DIÁRIO explica na edição impressa de hoje, o projecto expositivo procura levar o contexto do edifício, projectado por Chorão Ramalho nos anos 60, ao território continental, analisando o ambiente, a matéria, o habitar e a arquitectura que compõem a infra-estrutura por onde passou grande parte da população porto-santense. 

Após 50 anos de funcionamento, a escola foi desactivada em 2018, a autarquia do Porta Santo cedeu o edifício à Associação Quebra Costas Centro de Arte Contemporânea - Porta 33 no ano seguinte para a implementação do Plano Nacional das Artes e desenvolvimento de iniciativas culturais e educativas. Desde então a associação cultural tem vindo a implementar diversos projectos, desde logo de reactivação, contando para isso com os arquitectos Madalena Vidigal e Diogo Amaro, que identificaram as áreas a requalificar e adaptar numa primeira fase.

Em 2021, o edifício foi classificado como património de interesse público, tendo em conta as suas qualidades históricas, arquitectónicas e artísticas.

A ilha e a sua escola continuam a desbravar ideias para o mundo que, como crianças, gostaríamos de habitar. Esta exposição quer transportar-nos para esse lugar de possibilidades e apresenta o ambiente, a matéria, o habitat e a arquitetura desta obra singular. Garagem Sul / CCB

A exposição resulta de uma colaboração entre o projecto de arquitectura ‘Garagem Sul’ do Centro Cultural de Belém e a Porta 33. A inauguração foi feita, ontem, em conjunto com a exposição ‘Sala de aula, um olhar adolescente’ com curadoria de Joaquim Moreno, e contou com a actuação do esemble de saxofones da Escola Artística do Conservatório de Música Calouste Gulbenkien de Aveiro. As duas mostras estarão patentes na Garagem Sul até 10 de Setembro. 

Presentes na cerimónia de inauguração estiveram dezenas de pessoas, entre elas o filho do arquitecto autor projecto, o pintor Pedro Chorão, e o presidente da Câmara Municipal do Funchal, Pedro Calado. 

O edil funchalense destacou e enalteceu o trabalho da Porta 33 no âmbito das artes, da cultura e da educação, garantindo a continuação do apoio da autarquia à associação cultural. “É um privilégio e uma honra verificar a dimensão que a Porta 33 atingiu a nível nacional”, disse.

Pedro Chorão, não escondeu o orgulho da obra do pai, revelando estar convencido de que “projectar uma escola primária, única, deu um gozo muito grande” a Raúl Chorão Ramalho.