Madeira

O que Bernardo Trindade mais detesta são "os democratas de sofá"

Economista, gestor do Grupo Porto Bay e político, respondeu ao DN a várias perguntas curtas, cujas respostas foram publicadas na edição de hoje do regressado matutino

Foto Arquivo/Aspress
Foto Arquivo/Aspress

O madeirense Bernardo Trindade é hoje um dos destaques da capa do regressado em formato papel Diário de Notícias, ao ser sujeito a uma série de questões curtas para respostas necessariamente curtas, numa rúbrica que aquela publicação sediada em Lisboa denomina da 'Questionário de Proust'. Entre as perguntas, o economista de formação, gestor de profissão no Grupo Porto Bay e político com histórico regional e nacional, salienta que o que mais detesta são "os democratas de sofá".

Quando questionado sobre o que detesta acima de tudo, disse: "Os democratas de sofá. Cheios de uma pretensa autoridade, levam-se muito a sério, julgando e decretando certezas. Estas certezas são, no entanto, 'flexibilizadas' no dia em que o julgado, o acusado, é alguém de quem gostam..."

Mas não se ficou por aqui. À pergunta sobre a personagem histórica que mais despreza, Bernardo Trindade responde: "A de todos os tiranos que não só fizeram mal ao seu tempo, como servem de motivação a uma ideia atual de uma sociedade intolerante."

Não deixou de ser questionado sobre "o feito militar que mais admira", ao que atirou, sem surpresas ou com alguma, a duas datas. "Falando do que senti em vida: os 25. Sendo o 25 de Abril o ato fundador e como consequência o 25 de Novembro. Aí ganhou a democracia e perdeu uma nova revolução", simplificou.

Outras questões atiradas e que tiveram respostas, no mínimo, curiosas. O dom da natureza que gostaria de ter, perguntaram-lhe e respondeu: "O dom de poder tratar melhor a desigualdade." O como gostaria de morrer, assegurou: "Em paz. Com a consciência de ter agido da melhor forma possível no meu metro quadrado." Ou ainda o estado de espírito atual? "Mesmo em Portugal, sinto que as pessoas estão menos tolerantes umas com as outras. Tenho medo de que tenhamos aprendido pouco..." E, por fim, os erros que lhe inspiram maior indulgência, disse: "Tudo o que resultando de um impulso tenha reparação."

Das referências à Madeira, recorda "com muita saudade os festivais Bach na Sé Catedral do Funchal", revela que os poetas preferidos são "em prosa e poesia o José Tolentino Mendonça" (além de Manuel Alegre) e gosta de "recordar a amiga conterrânea Helena Marques", mas também o açoriano João de Melo, mas também o pássaro que prefere é a Gaivota, pois "lembra-me o mar da Madeira e a voz do Neil Diamond no Fernão Capelo Gaivota", não trocando Portugal por nenhum outro país do mundo para viver, pois "adoro esta diversidade concentrada que vai do Minho ao Algarve, do Porto Santo ao Corvo", garante.

Bernardo Trindade diz que uma das suas virtudes é o que lhe dizem ser, "um construtor de pontes, um conciliador".