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Líder do PCP quer medidas de protecção social para evitar "drama a duplicar"

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Foto Lusa

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, alertou hoje que o combate à covid-19 não se pode ficar "pelas restrições" e defendeu medidas de proteção social, para que o momento atual não seja um "drama a duplicar".

A realidade que se vive atualmente, e no âmbito da qual vão ter lugar as eleições presidenciais, no próximo dia 24, é de agravamento da pandemia, mas as medidas "que possam ser tomadas pelo Governo não se podem ficar pelas restrições", argumentou.

Segundo Jerónimo de Sousa, que falava numa sessão pública em Aljustrel (Beja), no âmbito da pré-campanha da candidatura de João Ferreira, apoiado pelo PCP, o combate à pandemia exige que se olhe para "outras questões" que estão também "na ordem do dia".

Tal como já tinha transmitido na sexta-feira, em Lisboa, no final de uma audiência com o primeiro-ministro, em São Bento, para avaliar a evolução epidemiológica em Portugal, o líder do PCP voltou hoje a defender medidas em três áreas.

Uma delas, indicou, "a necessidade de desenvolvimento de medidas de proteção social", porque "uma possibilidade de confinamento e de restrições significativas" exige "pensar naqueles que estão a perder o seu emprego" e "os seus salários, naqueles que são confrontados com a ameaça aos seus direitos".

Para o Governo, tal deve ser "uma responsabilidade primeira e principal", para que o momento atual "não se transforme num drama a duplicar, tendo em conta a epidemia e esse drama de quem não sabe o que é que há de fazer à vida, perdendo o salário e perdendo os seus direitos", defendeu.

Segundo o líder comunista, é preciso também "olhar para a realidade" e "tomar medidas sérias e de fundo em relação ao reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS)".

Uma terceira medida passa por "ter em conta uma realidade que, cada vez está mais visível, da necessidade de proteção" dos utentes dos lares.

"O vírus" que provoca a doença covid-19 "não voa e, se entra para os lares, é porque naturalmente vem de fora para dentro" e não são "os utentes os difusores dessa pandemia", pelo que são necessárias "medidas de proteção dos mais idosos", realçou.

As eleições presidenciais, que se realizam em plena epidemia de covid-19 em Portugal, estão marcadas para 24 de janeiro e esta é a 10.ª vez que os portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em democracia, desde 1976.

A campanha eleitoral arranca este domingo e decorre até 22 de janeiro, com o país a viver sob medidas restritivas devido à epidemia.

Concorrem às eleições sete candidatos, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP) Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).

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