Passaram-se 11 dias desde que o temporal de 25 de Dezembro atingiu as freguesias da Ponta Delgada e da Boaventura. Um aguaceiro impiedoso em dia de Natal que, ao olhar de quem assistiu, parecia ser o "fim do mundo". Uma tragédia.

Um 'presente' que transfigurou as duas localidades e que deixou todos em alerta máximo.

Foi uma intempérie que arrasou vidas sem haver mortes; Que destruiu casas - como esta - sem haver autorização; Que desalojou pessoas sem haver licença para tal. Ainda assim, "Deus não nos abandona", como sublinhou D. Nuno Brás numa mensagem de fé e de esperança. 

E foi um milagre entre o dilúvio.

Aos poucos e poucos enxugam-se as lágrimas, supera-se a dor, a tristeza e recupera-se o que ainda é recuperável, ainda que alguns vissem "anos de trabalho irem por água abaixo".

Com solidariedade, com apoio social e também à custa de muito voluntariado, ergue-se a Ponta Delgada e a Boaventura, e já se consegue ver as pedras da calçada que a lama chegou a pintar num manto de chocolate fel.

Inesquecível, é o que é.