Milhares de pessoas manifestaram-se hoje em Budapeste, na Hungria, para exigir a demissão do primeiro-ministro, depois da divulgação de uma alegada gravação de áudio que prova o envolvimento de um elemento do seu governo em corrupção.

A manifestação foi lançada depois de o advogado e ex-assessor do Governo nacionalista húngaro, Peter Magyar, ter divulgado um áudio em que se ouve a ex-ministra da Justiça Judit Varga a dizer que Viktor Orbán pressionou o Ministério Público a esconder provas de casos de corrupção que afetavam membros do Governo.

"Mandaram riscar [os seus nomes dos documentos], propuseram aos procuradores o que deveriam apagar", afirma Varga no ficheiro áudio, agora divulgado por Magyar.

Magyar, que foi também casado com a antiga ministra da Justiça Judit Varga, publicou hoje na internet uma gravação áudio de dois minutos em que duas pessoas falam de uma investigação de corrupção que envolve um antigo adjunto de Varga.

Segundo Magyar, trata-se de uma conversa que teve em janeiro de 2023 com a que era sua mulher na atura e na qual esta implica

Inicialmente, alguns milhares de pessoas concentraram-se junto do Ministério Público, mas a manifestação foi crescendo à medida que se aproximou de uma praça próxima do parlamento húngaro, noticia a agência France-Presse (AFP).

"Não permitiremos que o maior escândalo político e judicial dos últimos trinta anos seja encoberto", afirmou Magyar à multidão, tendo ainda pedido a demissão do procurador-geral, Peter Bolt.

Em reação ao áudio, Judit Varga acusou Peter Magyar de a ter coagido a fazer estas declarações.

"Ele leu rumores na comunicação social e, como estava a aterrorizar-me há dias, disse o que ele queria que eu dissesse para que me deixasse sair", afirmou Varga na rede social Facebook.