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Embaixador ucraniano no CE diz que 70% das reformas para adesão "estão cumpridas"

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O embaixador ucraniano no Conselho da Europa disse hoje que "70% das reformas para adesão do país à União Europeia (UE) estão cumpridas", e está "otimista" quanto à rapidez do processo que poderá demorar "meses ou anos".

"Faltam fazer 30% de reformas mas o Governo sabe qual é o trabalho de casa que tem de fazer (...) Só vontade política da União Europeia de iniciar as negociações com a Ucrânia para a sua entrada como Estado-membro é que indicará a rapidez do processo, mas estou otimista", afirmou Borys Tarasyuk, que garantiu que "não será a repetição do caso da Turquia".

Quando questionado pelos jornalistas que participam num seminário promovido pelo Parlamento Europeu sobre a Ucrânia, o representante permanente no Conselho da Europa, apontou a corrupção como uma das "prioridades" a resolver, indicando ter sido nomeada uma procuradoria anticorrupção.

O embaixador, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, disse que a guerra de larga escala desencadeada pela Rússia "mudou o mundo" e fez nascer "uma nova ordem geopolítica".

"Esta não é uma crise da Ucrânia. É uma crise entre o mundo civilizado e o regime mais arrogante autoritário liderado pelo Vladimir Putin".

O embaixador lembrou que a Ucrânia trava uma guerra com a Rússia há cinco meses e justificou a "resistência e habilidade" do país para "enfrentar o segundo exercito mais poderoso do mundo" por saber pelo que está a lutar, enquanto as tropas russas estão desmotivadas.

"A Ucrânia está a defender os valores europeus e das nações europeias. A Ucrânia está a defender o mundo democrático e os valores democráticos. A Ucrânia quer ser membro pleno da Nato e Estado membro da União Europeia",observou.

Classificou a invasão russa como "luta geopolítica" que Putin "está a travar com o mundo democrático", tendo "utilizado a Ucrânia para punir o mundo democrático".

O embaixador Ucrânia acrescentou que quando acabar a guerra "o futuro da Rússia não será o futuro com que sonhavam" e disse que aquele país "será desmilitarizada pelas forças Ucrânia apoiadas pela comunidade internacional".

"Quando a guerra terminar a Rússia terá sofrido danos irreparáveis", alertou, adiantando estarem a ser "trabalhados mecanismos para responsabilizar" a Rússia pelos crimes de guerra que tem cometido desde 24 de fevereiro.

Sobre a posição assumida pelo presidente francês, Emmanuel Macron de acordo com a qual a Rússia não seja humilhada quando os combates cessarem na Ucrânia, o embaixador ucraniano disse não ter gostado da afirmação, "tal como muitas pessoas" no seu país.

"Não se trata de salvar imagem de Putin, mas como será responsabilizado pelos danos que tem vindo a causar. Dezenas civis mortos, centenas de cidades devastadas. Ele tem de ser responsabilidade sobre colapso civilizacional e democrático. É um desafio global", referiu.

Segundo Borys Tarasyuk, "muitos países europeus" também não concordam com a posição do presidente francês.

"Não me lembro de quantas conversas telefónicas Mácron teve com Putin e qual foi o resultado. A França e a Alemanha tentaram ser mediadores do conflito. O que resultou? Nada. Isso aconteceu porque a Rússia é um Estado agressivo, não é civilizado".

Para o diplomata a razão desta "guerra absolutamente irracional" prende-se com a origem do povo russo.

"Se olhar para a historia da Rússia descobrirão que Moscovo não foi a mãe dos cidadãos russos. Foi Kiev a mãe dos cidadãos russos", afirmou durante respondeu às questões dos jornalistas durante cerca de 50 minutos.