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Madeira

Paulo Pereira demite-se da TáxisRAM

Presidente da associação de táxi abandona o cargo depois de ter sido detido pela PSP por um crime de especulação

Foto DR
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Paulo Pereira, que lidera a TáxisRAM - Associação de Táxis e Outros Transportes Terrestres da Madeira, acaba de apresentar a sua demissão do cargo que ocupava desde a fundação em Junho de 2020, na sequência da notícia de detenção por especulação, avançada pelo DIÁRIO.

Justiça sob 'fogo' para acelerar e evitar "actos inúteis"

Conheça os destaques desta quinta-feira em mais uma edição do DIÁRIO

A carta de demissão foi entregue ao presidente da Assembleia-geral da associação nesta sexta-feira. Alegando que as notícias surgidas a público são "motivo pelo qual, e por forma a não afetar negativamente a Associação cujo percurso isento e de sucesso têm sido evidentes nos últimos anos", apresenta a renúncia ao cargo, "a qual foi aceite".

O representante do sector de taxi, que foi detido na última terça-feira pela PSP por ser suspeito de um crime de especulação, não gostou de ter sido notícia e acusou a comunicação social de "denegrir" a sua imagem.

É com total perplexidade que tenho vindo a ser confrontado com as acusações levadas a cabo pela comunicação social, media, e colegas do setor de táxis e outros transportes, na sequência da ação de fiscalização de que fui alvo no passado dia 30 de janeiro de 2024, conduzida pela Esquadra de Trânsito do Funchal, por alegada suspeita de especulação de preço Paulo Pereira

O presidente da Taxisram, a associação com maior representatividade do sector na Madeira, foi confrontado pelo DIÁRIO quando se deslocou ao tribunal na sequência da detenção por suspeita da prática do crime de especulação, tendo Paulo Pereira respondido que o caso não se referia a ele mas a um colega.

Entretanto, num contacto posterior estabelecido na mesma quarta-feira, quando questionado se não ponderava apresentar a demissão do cargo de presidente da Taxisram, Paulo Pereira respondeu assim: "Não comento casos de justiça meus, nem de colegas, nem de associados."

Dois dias depois, a demissão efectiva-se. Sabe o DIÁRIO que Paulo Pereira foi pressionado por associados para que abandonasse o cargo. Hoje, o agora presidente demissionário admite ter sido constituído arguido e volta-se contra a comunicação social. "O noticiado tem como único intuito o de denegrir não só a minha imagem pessoal e o meu cariz profissional, mas também o de prejudicar a Associação TáxisRAM, da qual faço parte, almejando relacionar o alegado ilícito criminal com o cargo que ocupo na mesma. Não obstante tais acusações, infundadas e desprovidas, demito-me com a certeza, de que cumpri com rigor e profissionalismo as funções que assumi, e para as quais fui eleito pelos Associados."

Quando ao desfecho do processo-crime, diz estar convicto de que "será revelada a verdade e feita Justiça".

Conforme o DIÁRIO avançou na edição impressa de quinta-feira, o presidente da Taxisram é suspeito de ter cometido um crime de especulação durante um serviço de táxi. De acordo com a PSP, o motorista de táxi cobrou "um valor 4 vezes acima do tabelado".

A detenção foi feita no porto do Funchal, no final de um serviço de transporte desde a baixa da cidade do Funchal, com paragem no Jardim Botânico, baía de Câmara de Lobos e retorno à cidade do Funchal, com uma duração total de 4 horas.

"O Comando Regional da PSP Madeira apela aos operadores turísticos bem como aos hotéis para que efetuem uma ampla divulgação dos tarifários regulamentados para este tipo de serviço na RAM, tendo em vista esclarecer os turistas sobre os preços praticados entre os diversos trajetos" Comando Regional da PSP

No dia anterior, outro motorista de taxi foi igualmente detido pela PSP por suspeitas da prática do mesmo crime.