Madeira

Escola Hoteleira desmente queixas dos alunos de São Tomé

None

Foi numa conferência de imprensa, ao início desta tarde, que o corpo directivo da Escola de Hotelaria e Turismo da Madeira desmentiu as denúncias e queixas feitas nos últimos dias pelos alunos de São Tomé e Príncipe que estudam na Região ao abrigo de um protocolo entre este estabelecimento de ensino e o Governo são-tomense.

Tanto João Pedro Entrudo, administrador do grupo CELFF, como Rui Gomes, director pedagógico da 'Escola Hoteleira', negaram que os alunos em questão estejam a fazer mais se 35 horas de formação por semana ou que algum deles esteja a trabalhar, situação que configuraria ser excluído do projecto. Negam, também, que não esteja a ser providenciada a alimentação adequada e necessária, tendo em conta o que está estipulado, nomeadamente três refeições diárias (pequeno-almoço, almoço e jantar). O alojamento apresenta as condições "perfeitamente satisfatórias", referiram numa conferência que se prolongou por mais de uma hora.

Nas informações prestadas, os responsáveis da escola garantiram que a instituição não recebe qualquer valor além do adstrito ao financiamento da União Europeia, colocando de parte o pagamento de qualquer quantia por parte dos governos regional ou de São Tomé, ou mesmo por parte dos alunos, inclusivé no que concerne ao alojamento quando este acontece nas unidades hoteleiras.

O responsáveis pelo estabelecimento de ensino afirmaram que alguns alunos têm tido comportamentos marcados pelo "excesso", indo além do que é aceitável num espaço educativo, e que vai contra o que está estipulado no regulamento interno e do dormitório.

Assumiram, ainda, que os alunos têm praticado deliberadamente a destruição de alguns móveis e estruturas da residência e nem sempre cumprem com o plano de limpeza definido.

A par disso, no grupo de cerca de 70 alunos que terá chegado no presente ano lectivo, muitos têm tido dificuldade de adaptação, situação que impulsionou a manifestação de ontem, que, disse Rui Gomes, terá tido na sua origem não mais de uma dúzia de alunos.

Este tipo de atitudes que "prejudicam claramente este projecto" foram, acima de tudo, condenadas pelos responsáveis da Escola Hoteleira, que reforçaram a ideia de que os problemas são pontuais e muito residuais para o universo de mais de 300 que a escola acolhe, entre madeirenses e estrangeiros.

Quanto ao futuro do projecto e dos próprios alunos, no âmbito desta formação, Rui Gomes e João Pedro Entrudo recusaram, para já, tecer qualquer consideração ou esclarecer se se mantém com o CELFF ou com a Escola Hoteleira, uma vez que o estabelecimento passará para a esfera pública no próximo ano lectivo, com já anunciado fim da concessão por parte do Governo Regional.

Alunos de São Tomé manifestam-se contra condições oferecidas pela Escola Hoteleira

Condições do alojamento, falta de alimentos ou horários que consideram de "escravatura" entre as razões apontadas