Madeira

Segunda inspecção técnica ao NRP Mondego em apenas duas semanas

Polémico navio da marinha esteve à deriva ao largo da baía do Funchal

NRP Setúbal, em primeiro plano, e NRP Mondego, ao fundo, no Porto do Caniçal
NRP Setúbal, em primeiro plano, e NRP Mondego, ao fundo, no Porto do Caniçal, Foto: Miguel Espada/ASPRESS

A inspecção técnica a realizar ainda hoje ao NRP Mondego por peritos da Direcção de Navios, será o segundo exame minucioso a ser feito em apenas duas semanas ao polémico navio patrulha da Marinha Portuguesa, adquirido em 2016, à Marinha Real Dinamarquesa.

No rescaldo do caso de insubordinação de 13 militares (metade da guarnição) que recusaram embarcar no navio Mondego no dia 11 de Março, alegando falta de segurança, incidente que fez abortar missão de acompanhamento de navio russo a navegar próximo da ilha do Porto Santo, o Chefe do Estado-maior da Marinha e Autoridade Marítima Nacional, Henrique Gouveia e Melo, veio à Madeira não apenas ‘condenar’ a atitude dos insubordinados, mas também reforçar o apoio à decisão do comandante do Navio da República Portuguesa (NRP) Mondego.

Após reunir-se com a hierarquia do navio, Gouveia e Melo foi categórico em afirmar nunca ter tido quaisquer dúvidas sobre a decisão da linha de comando, que querer empenhar o NRP Mondego na missão em causa, e assegurar que só havia ordenado a inspecção “independente” ao navio  para ‘tirar a limpo’ eventuais dúvidas face ao ruído exterior que o caso havia suscitado. Assegurou então que a avaliação técnica feita ao navio da classe Tejo permitiu a concludente conclusão: “Foi um rotundo não, não erraram”, afirmou o Chefe do Estado-maior da Marinha e Autoridade Marítima Nacional, há menos de duas semanas.

O NRP Mondego que se manteve ‘estacionado’ no Porto do Funchal até a passada quarta-feira, dia 22, na noite desta segunda-feira voltou a ‘soluçar’. Depois de uma saída atribulada e envolta em ‘muito fumo’ do Porto do Funchal, não tardou que o navio, que se dirigia para as ilhas Selvagens na habitual missão de rendição dos Vigilantes da Natureza, acabasse por ficar à deriva ao largo da baía do Funchal. Só cerca da 01:00 da manhã, já com a presença de rebocador ‘Cte Passos Gouveia’, da APRAM, o navio da marinha foi mobilizado, em marcha lenta (abaixo dos 5 nós), para o Porto do Caniçal, onde permanece acostado desde as 05:30.

Inspecção feita ao NRP Mondego reforça posição da linha de comando

Navio estava em condições de ser empenhado na missão de acompanhamento de navio de espionagem russo

Andreia Dias Ferro , 16 Março 2023 - 12:56