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Conservatório recebe masterclasses de Mário Laginha e Alexandre Frazão

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Mário Laginha e Alexandre Frazão, dois grandes nomes do jazz português, serão os protagonistas de duas masterclasses de piano jazz e bateria, na próxima quinta-feira, 23 de Março, no Salão Nobre e na Sala de Orquestra da sede do Conservatório,  entre as 14 e as 17 horas.

Estas sessões dão seguimento à parceria entre o Conservatório – Escola das Artes da Madeira e a Associação Notas e Sinfonias Atlânticas (ANSA) / Orquestra Clássica da Madeira (OCM).

Segundo nota enviada pelo Conservatório, receber estes dois músicos será "uma mais-valia para a instituição e para os seus alunos, pois irá proporcionar momentos de aprendizagem únicos, permitindo o contacto com diferentes especialistas e artistas reconhecidos, com mais experiência, e deles receberem conselhos e outros ensinamentos relacionados com as suas vivências artísticas e técnicas".

Sobre Mário Laginha

Com uma carreira que leva já mais de três décadas, Mário Laginha é habitualmente conotado com o mundo do jazz. Mas o universo musical que foi construindo é mais vasto, passando pelas sonoridades brasileiras, indianas, africanas, pela pop e o rock, e pelas bases clássicas que precederam à sua formação.

Mário Laginha gravou um único disco a solo, “Canções e Fugas”, mas tem sobretudo partilhado a sua arte com outros músicos e criadores. Desde logo, com Maria João, com quem gravou mais de uma dezena de discos. E também com Pedro Burmester, Bernardo Sassetti, com quem cultivou grande cumplicidade até ao seu inesperado desaparecimento, e com músicos excecionais como Trilok Gurtu, Gilberto Gil, Lenine, Ralph Towner, Manu Katché, Dino Saluzzi, Kai Eckhardt, Julian Argüelles, Howard Johnson, André Mehmari ou Django Bates.

A obra mais recente do Mário Laginha Trio é “Mongrel”, a partir de temas originais de Chopin, e “Iridescente” é a sua última aventura musical com Maria João. Em finais de 2013, Mário Laginha e o seu Novo Trio lançaram “Terra Seca”, um disco que desbrava novos caminhos para o jazz e a música portuguesa.

Em finais de 2015, retomou a colaboração com o pianista Pedro Burmester, com quem tem participado nalguns dos mais importantes Festivais de Música em Portugal e no estrangeiro.

Em Novembro de 2017, conjuntamente com os músicos Julian Arguelles e Helge Norbakken editou em Inglaterra o álbum “SETEMBRO”.

Em 2018 inicia uma longa tournée com Camané, fazendo algumas dezenas de concertos que culminam com a gravação do álbum “Aqui está-se sossegado”, sendo muito aclamado pela crítica e tendo ganho diversos prémios.

Em 2019 e 2020 continua os concertos em Duo com Pedro Burmester, com Camané e com o seu Trio, com quem acaba de gravar um novo disco.

Em outubro de 2020 edita o álbum “ATLÂNTICO”, o segundo do LAN TRIO (Laginha, Arguelles, Norbakken). Em fevereiro de 2022 edita em Trio o álbum “JANGADA”, com Alexandre Frazão e Bernardo Moreira.

Nota biográfica de Alexandre Frazão

Baterista natural de Niterói, Rio de Janeiro, vive em Portugal onde se radicou em 1987. Ainda no Brasil estudou no Conservatório de Música de Niterói, estudou também com alguns bateristas lendários como Alan Dawson, Kenny Washington, Peter Erskine e Max Roach.

Em Portugal dedica-se principalmente ao Jazz e à música improvisada, tendo colaborado, entre muitos com: Bernardo Sassetti, Mário Laginha, Carlos Martins, Carlos Barretto, Laurent Filipe, André Fernandes, Ficções, Maria João, Ricardo Pinheiro, Tomás Pimentel, Luis Figueiredo, Afonso Pais, Mário Franco, Rui Caetano trio.(Todos com registos discográficos).

Pela sua vasta experiencia e extrema versatilidade, é frequentemente solicitado para atuar e/ou gravar com músicos de outros idiomas musicais, tendo trabalhado com: Pedro Abrunhosa, Rui Veloso, Resistência, Ala dos Namorados, Rão Kyao,Jorge Palma,Ana Bacalhau, Carlos do Carmo, Cristina Branco, Júlio Pereira, Antonio Zambujo, José Mario Branco.

Contando com a sua participação em várias dezenas de discos de diversos artistas, salienta como importantes registos da sua carreira, os cinco discos do trio de Bernardo Sassetti, “Noturno” (2002), “Ascent “ (2005),”Unreal Sidewalk Cartoon” (2006), “Motion”(2010), “ao vivo na Culturgest 2007” (2022) E ainda “Filactera”(2002) de Mário Delgado, “Undercovers”(2002) e “Tralha”(2004) de Maria João & Mário Laginha, “Espaço (2007) e Mongrel (2010) de Mário Laginha trio,“Tempo”(1996),“Silencio”(1999) e Palco (2003) de Pedro Abrunhosa, Lisboa Mulata (2011) e Odeon Hotel (2018) de Dead Combo e os DVDs de Rui Veloso, “O Concerto Acústico”(2003) , Ala dos Namorados, “Ao Vivo no São Luiz”(2004), Dead Combo& Royal Orquestra das Caveiras ao Vivo em Lisboa (2010)

Em 2002 fundou `TGB´(Tuba,Guitarra & Bateria) com Sergio Carolino e Mário Delgado, grupo ousado e inquieto que se movimenta para além das fronteiras do Jazz, do Rock e do improviso, que conta já com três registos discográficos: “Tuba, Guitarra & Bateria”(2004), “Evil Things”(2010) e III (2019). Todos pela editora Clean Feed.

Com os vários grupos que integra, faz concertos em todo Portugal e no estrangeiro, dos quais se destacam, por exemplo os festivais: Jazz em Agosto (Gulbenkian), Festival Europeu do Porto, Jazz em Serralves, Festival Internacional de Macau, Athens Technopolis Jazz Festival, Jazz au Chellah Rabat, Istambul Jazz Festival, Summer Stage Festival Central Park N.Y.

Na actualidade Alexandre Frazão participa activamente com o grupo Resistência, com `TGB´ na divulgação do novo album III, ainda com Tim Tim por Tim Tum (ensemble de quatro baterias) e com LedOn (tributo aos Led Zeppelin)

É um músico multifacetado, que se expressa tanto nos vários idiomas Jazz, como noutros estilos, da Música Pop ao Rock ou da Música Tradicional Portuguesa a estilos experimentalistas, entre outros, recorrendo de modo inventivo a vários recursos da bateria, para se expressar com uma conceção muito elástica de ritmo e textura.