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Governantes nacionais com origem na Madeira

Albuquerque e Rui Barreto têm receio que Paulo Cafôfo desempenhe um bom papel

O Governo Regional da Madeira, não gosta que existam governantes nacionais madeirenses ou com origem na Madeira, como ficou demonstrado com a nomeação do atual Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo. Miguel Albuquerque, Presidente do Governo Regional da Madeira e José Manuel Rodrigues, Presidente da Assembleia Regional da Madeira foram à posse do novo Governo de António Costa, Partido Socialista e apesar de terem cumprimentado o atual Primeiro Ministro, ninguém os viu a cumprimentarem Paulo Cafôfo. Perguntei a algumas pessoas se realmente tinham ou não cumprimentado o Secretário de Estado madeirense, mas não obtive certeza, apesar de todas as pessoas a quem perguntei me dizerem que também não se aperceberam do cumprimento dos governantes madeirenses.

Desde o 25 de Abril de 1974, a Madeira teve alguns governantes com origem na Madeira. Começou com o Dr. Baltazar Gonçalves que foi Secretário de Estado num Governo de coligação entre o PS e o CDS. Seguiu-se Correia de Jesus que foi Secretário de Estado das Comunidades Portugueses num Governo do PPD. Luís Amado, foi eleito Deputado pela Madeira, pois apesar de não ser madeirense era casado com uma madeirense e trabalhava cá. Primeiro dava aulas e depois trabalhou no Tribunal de Contas, no Funchal. Entretanto deixou o lugar de Deputado para ocupar o lugar de Secretário de Estado da Administração Interna, depois Ministro da Defesa Nacional e por fim Ministro dos Negócios Estrangeiros.

No Governo de Sócrates, Bernardo Trindade, num governo do Partido Socialista, ocupou a Secretaria de Estado do Turismo.

Agora no terceiro Governo de António Costa, foi a vez de Paulo Cafôfo, ex-presidente da Câmara Municipal do Funchal e do Partido Socialista/ Madeira, ocupar um lugar de Secretário de Estado, o que desagradou, como já o dissemos ao Governo Regional, que nem respeitou os seus deveres institucionais, como de costume. E porquê? Albuquerque e Rui Barreto têm receio que Paulo Cafôfo desempenhe um bom papel, principalmente na ligação com a nossa diáspora e que também faça uma boa ligação com o Governo da República e que alguns dos problemas da Madeira sejam resolvidos.

Estas duas questões são os principais motivos que levaram Miguel Albuquerque, PPD e José Manuel Rodrigues, CDS a tomarem a atitude de não cumprimentar um madeirense que ocupa um lugar de relevo na política nacional. Tem medo que Paulo Cafôfo ganhe mais votos e principalmente que os regressados nossos emigrantes na Venezuela sejam devidamente esclarecidos e que de uma vez para sempre fiquem a saber, em relação ao relacionamento do partido de Juan Guaidó que pertence à Internacional Socialista e não ao PPD e muito menos ao CDS que pertencem ao Partido Popular Europeu. Eu sei que muitos estão confundidos com a designação de Maduro pelo Socialismo, quando na realidade é comunista. Em todo o lado os comunistas dizem que defendem o Socialismo porque sabem que se disserem que são comunistas não terão muitos votos. Esse Socialismo que Maduro diz defender é o mesmo comunismo que em Cuba. O Socialismo que o Partido de Juan Guaidó defende e o Partido Socialista de Portugal é o Socialismo Democrático e a Social Democracia e o dito Partido Social Democrata Português, é um partido de direita e que Miguel Albuquerque quer levá-lo ainda mais para a direita.

Parabéns Paulo Cafôfo e a toda a sua equipa que incluem três madeirenses, por terem começado por reunir com o embaixador de Portugal na Venezuela, país onde existem várias centenas de milhares de madeirenses.