Madeira

Entregues no ano passado 1.400 quilos de compostos às comunidades do Funchal

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A Câmara Municipal do Funchal (CMF) promoveu, esta manhã, no terraço do Mercado dos Lavradores, um workshop sobre compostagem comunitária, no âmbito da Semana da Alimentação.

Na acção, Andrea Sousa, do departamento de Ambiente da CMF, explicou que, no ano passado, foram entregues 1.400 quilos de  compostos, estimando-se que cerca de "oito toneladas de resíduos orgânicos não foram encaminhados para a valorização energética, ou seja foram evitadas despesas de recolha, de transporte e de encaminhamento do destino final".

A quantidade de resíduos orgânicos que produzimos nas nossas casas é bastante elevada e a ideia é transformar este resíduo num recurso, por forma a que as pessoas possam transformá-lo nas suas próprias casas ou num espaço comunitário e possam transformá-lo num adubo que possa ser utilizado nas hortas e jardins das casas." Andrea Sousa, departamento de Ambiente da Câmara Municipal do Funchal.

A autarquia desenvolve um projecto de compostagem comunitária que tem por objectivo valorizar os resíduos orgânicos junto de conjuntos habitacionais. Até ao momento, o Funchal tem quatro compostores comunitários.

Temos um projecto de compostagem doméstica que foi iniciado em 2019, onde foram distribuídos 4.000 compostores pela população. O projecto de compostagem comunitário foi iniciado em 2020, com um compostor no conjunto habitacional da Quinta Falcão IV. Este ano inauguramos os últimos dois compostores. Neste momento, temos quatro compostores comunitários a funcionar e avistam-se mais alguns. Andrea Sousa.

É entregue, às famílias, um contentor de cinco litros para que possam colocar os resíduos da preparação das refeições e depois usar o compostor que está no espaço comunitário. 

No que concerne aos lixos produzidos foi dito que, no ano passado, estes estiveram "à volta de 16 mil toneladas de biorresíduos" e que a solução para reduzir esta quantidade passa por apostar na compostagem. 

É uma forma de darmos azo à economia circular utilizando o resíduo orgânico como sendo um recurso, utilizando-o para produzir um adubo que pode ser usado nas nossas casas". Andrea Sousa.

Para diminuir a quantidade de lixo é necessário, também rever a forma como são feitas as compras de supermercado: "utilizar sempre uma lista de compras, comprar sempre aquilo que precisamos e não aquilo que os olhos chamam à atenção, não ir ao supermercado com fome, consumir a granel, dar sempre preferência aos produtos regionais, aos produtos da época e não estar a comprar produtos que têm pegada ecológica muito superior", exemplificou.

O trabalho continua em casa, mais concretamente com o que é feito com as sobras dos alimentos, nomeadamente "cascas de legumes e frutas", que podem ser utilizadas na compostagem. 

A assistir ao workshop, proferido por Andrea Sousa, estiveram alunos do Liceu Jaime Moniz que destacaram a importância da compostagem.

Acho que é uma coisa muito importante para todos. Laura Gouveia, aluna.
Acho que os jovens estão muito atentos a estes factores que contribuem para as alterações climáticas." Guilherme Camacho, aluno. 

A produção de lixo tem vindo a aumentar "com a tendência crescente da economia", por isso, Andrea Sousa considera que é importante sensibilizar sempre as pessoas, porque "depende sempre de nós, das nossas compras, das nossas aquisições", conclui. 

As actividades continuam esta tarde, pelas 14h30, com um show cooking que pretende 'Re(descobrir a cozinha tradicional madeirense', também no terraço do Mercado dos Lavradores.