Saída da Uber prejudica o povo madeirense ( I)

 A plataforma eletrónica UBER Technologies Inc., vulgo UBER, é sem dúvida alguma a mais reconhecida no mundo globalizado em matéria de prestação de serviços na área do transporte privado urbano.

Tal notoriedade deve-se sobretudo aos valores, bastante mais acessíveis, das viagens cobrados aos seus utilizadores, bem como, à segurança que esta empresa oferece ao disponibilizar, através de um aplicativo móvel de transporte, todo um controlo antecipado, por parte do utilizador, dos valores a cobrar pelo serviço, do registo dos dados do motorista, do tipo de viatura que se está a contratar, e até da monitorização dos gastos despendidos, com efeito sobre o orçamento.

Recentemente a UBER anunciou que deixará de prestar os seus serviços na Região Autónoma da Madeira, precisamente no mesmo dia da entrada em vigor da lei que regulamenta a sua atividade.

O motivo prende-se com a contingência de apenas 40 viaturas puderem operar na Região.

A Uber refere que com esta quantidade de veículos não lhe é possível prestar um serviço de qualidade aos utilizadores da plataforma e garantir todas as demandas que diariamente recebe.

A UBER não deixa a Madeira por falta de utilizadores.

Estima-se que 20% do povo madeirense utiliza esta plataforma para se deslocar, no seu dia a dia, nas mais variadas situações. Também a operabilidade da plataforma Uber dentro da RAM é muito solicitada pelo turismo que aqui vem, por se tratar de uma plataforma conhecida a nível mundial e cujos benefícios o turista já conhece e, por isso, o utiliza com toda a confiança e segurança.

A UBER sai por não conseguir rentabilidade com uma frota reduzida a 40 unidades.

Entenda-se que, mesmo operando 24 horas por dia, a UBER nunca poderá manter os 40 automóveis a circular em simultâneo. Haverá sempre algum impedimento, seja uma avaria mecânica, necessidades de manutenção da viatura, um acidente, problemas pessoais ou simplesmente o descanso do motorista (já que a plataforma não permite que o mesmo motorista possa conduzir mais de 10 horas por dia), questões que impossibilitam a permanência dos 40 carros eleitos a operar e a consequente inviabilidade do negócio.

A saída da UBER da RAM vem afetar diretamente os madeirenses que assim se veem privados de um serviço de qualidade – a que tem acesso qualquer outro seu congénere em Portugal continental – bem como, afeta diretamente a imagem da Madeira perante o turista que nos visita e que fica desconcertado ao perceber a ausência deste tipo de serviço, presente em todo o mundo globalizado. (Cont.)

Félix Lugo

Comissão de Trabalho dos Operadores/Motoristas TVDE RAM