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Novo triplo recorde em Wall Street graças a boas notícias laborais e contra covid

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Boas notícias no mercado laboral e na luta contra a pandemia do novo coronavirus levaram hoje a praça nova-iorquina a ver os índices mais emblemáticos a fecharem a sessão com mais um triplo recorde.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o seletivo Dow Jones Industrial Average avançou 0,56%, para os 36.327,95 pontos, o alargado Nasdaq progrediu 0,20%, para as 15.971,58 unidades, e o alargado S&P500 ganhou 0,37%, para as 4.697,53.

Os máximos do S&P500 e do Nasdaq foram o sétimo consecutivo de cada um deles, com o tecnológico a ter hoje a sua décima sessão seguida de alta.

A sessão tinha começado com vigor, depois de o Departamento do Trabalho ter divulgado uma criação de 531 mil empregos em outubro nos EUA acima dos 400 mil esperados pelos analistas.

Na ocasião foi também revelado que a taxa de desemprego tinha baixado, duas décimas percentuais, para 4,6%.

"Este relatório sobre o emprego dá a impressão de que se recuperou o tempo perdido", comentou Sam Stovall, responsável pela estratégia de investimento da CFRA.

A publicação é "muito sólida" e "compensa a fraqueza que se tem observado nos meses anteriores", acrescentou, e isto apesar de a criação de emprego em agosto e setembro ter sido revisto em nítida alta, com mais 230 mil, no total.

Os sinais macroeconómicos nos EUA estão todos no verde, com a economia a recuperar a velocidade de crescimento, as empresas a apresentar resultados que não foram afetados pelos estrangulamentos logísticos e um banco central que se comprometeu de forma muito moderada com a normalização monetária.

"O que é interessante", realçou Sam Stovall, "é que os investidores não estão verdadeiramente inquietos com a inflação, de momento".

O mesmo sentimento ocorre no mercado obrigacionista. O rendimento dos títulos de dívida pública dos EUA a 10 anos desceu para 1,45%, nível em que não estava desde fim de setembro, dois dias depois de ter ultrapassado os 1,60%.

Em destaque hoje em Wall Street esteve a farmacêutica Pfizer, que progrediu 10,86% depois de anunciar uns primeiros resultados muito positivos do seu comprimido contra as formas mais graves da doença causada pelo novo coronavirus.

A notícia teve o efeito inverso nas empresas da área, com a Merck a perder 9,86%, a Novavax 11,21% e a Moderna 16,56%.

No seguimento do anúncio da Pfizer, toda a indústria do turismo ganhou cor, desde logo as empresas de cruzeiro - Carnival (8,35%), Norwegian (7,83%) e Royal Caribbean (8,95%) -, mas também Walt Disney (3,14%) e as transportadoras aéreas United (7,29%), Southwest (6,44%) ou a American Airlines (5,74%).

Outro título com desempenho de criar inveja foi o da Airbnb (12,97%), que teve entre julho e setembro o melhor trimestre da sua história e está a beneficiar da evolução dos hábitos e do desenvolvimento do teletrabalho, que está a diversificar as formas das viagens e do aluguer do alojamento.

O sítio de reserva em linha Expedia e a empresa de transporte Uber também estão a beneficiar do novo contexto e valorizaram, respetivamente, 15,66% e 4,24%.

Ao contrário, a saída da pandemia está a causar problemas à Peloton, que hoje perdeu 35,28% e totaliza uma desvalorização bolsista de 56% desde final de julho.

Esta empresa de bicicletas de apartamento e tapetes de corrida caseiros divulgou hoje à noite prejuízos superiores às expectativas e reviu fortemente em baixa as suas previsões do volume de negócios para o seu ano de exercício, que decorre de julho a junho.

Em causa está a subida da frequência dos ginásios, um concorrente direto dos equipamentos domésticos, muito em voga durante a pandemia.