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Antologia reaviva legado do poeta Teodoro Correia

Livro hoje apresentado encabeça lista de publicações que a Direcção Regional da Cultura tem preparadas para este ano

João Carlos Abreu apresentou a nova obra de poesia. 
João Carlos Abreu apresentou a nova obra de poesia. , Foto DR

Foi esta tarde apresentada uma antologia do poeta madeirense Teodoro Correia. O novo livro – ‘Falam as Coisas Humildes’ – tem a chancela da Direcção Regional da Cultura e foi coordenado pela bisneta do autor, Georgina Abreu, contando com prefácio de João Carlos Abreu, poeta e antigo secretário regional com a pasta do Turismo, nos governos de Alberto João Jardim.

A informação divulgada pela Secretaria Regional de Turismo e Cultura dava conta de que José Teodoro Correia, também conhecido pelo pseudónimo ‘João Mistério’, foi um poeta, jornalista e novelista, nascido na freguesia da Sé, no Funchal, a 20 de Janeiro de 1890. Faleceu a 8 de Junho de 1955 no Funchal, deixando a sua marca no contexto literário madeirense, através das suas publicações de autor das seguintes obras: ‘Nimbos: Versos de Teodoro Correia’ (1932); ‘Miragens: Contos’ (1938); ‘Rosas do Meu Canteiro: Versos’ (1942); ‘Ciclo das Caravelas: Poemeto’ (1966); ‘Arroio (obra inédita)’. 

No decorrer da apresentação do novo livro, que decorreu no Quinta Magnólia - Centro Cultural, Eduardo Jesus elogiou a coordenação de Georgina Abreu, bem como enalteceu as palavras de João Carlos Abreu sobre a obra. “É uma sorte imensa esta obra poder ser apresentada pelo João Carlos [Abreu]”, contributo que, no entender do secretário regional de Turismo e Cultura, engrandece o livro agora trazido ao público.

“Há uma tendência quase generalizada de se olhar para os jovens na casa dos 20 e poucos anos como é o caso da Georgina [Abreu] e se pensar que é uma geração que nos deixa pouco. A Georgina é a prova de exactamente o contrário”, afirmou.

Citando as palavras da organizadora da antologia, Eduardo Jesus reforçou a ideia de que a mesma resulta na “simbiose perfeita entre duas artes e duas gerações”. O governante diz acreditar “piamente” que a cultura dá a “possibilidade de misturar as artes”, originando “qualquer coisa de novo para a nossa evolução”.

No grande desafio do crescimento e do desenvolvimento, perante o contributo de cada um, Eduardo Jesus ressalva o “engrandecimento da humanidade” resultante dessa contribuição, para a qual contribui mais esta obra. “Por isso, qualquer um de nós tem a mesma importância na Terra”, reforça, embora coloque a poesia entre as formas mais nobres, por estar “reservada” apenas “aos que se permitem abrir aos outros”.

Neste âmbito, o secretário regional de Turismo e Cultura nota que é fundamental ter presente “o sentimento de quem escreveu”, aí residindo a sua autenticidade, algo que reconhece no trabalho desenvolvido pelo poeta Teodoro Correia e que foi reavivado pela bisneta do autor.

O governante destacou, de resto, o plano da Direcção Regional da Cultura para o ano que agora começa, que incide bastante na publicação, numa “necessidade de trazermos para a actualidade coisas boas e que estão esquecidas pelo tempo”.

Presente na apresentação esteve, também, Rubina Leal, na qualidade de vice-presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, tendo apontado esta publicação como "um bom presságio" para 2024 e para a aposta na cultura que deverá efecivar-se ao longo deste ano. 

Já Georgina Abreu aproveitou a apresentação do livro para dar conta de que o projecto ganhou forma no decorrer da pandemia da covid-19, em 2020, com o intuito de dar a conhecer a obra do bisavô. Além de alguns poemas que já foram publicados noutras obras do autor, o novo livro reúne alguns textos inéditos do autor.

São 49 os poemas que integram este livro, divididos por sete capítulos, partindo dos assuntos mais gerais para os mais íntimos do poeta. A este conjunto, a coordenadora da antologia juntou seis fotografias da sua autoria, o que no seu conjunto resulta no que diz ser uma homenagem à Madeira.