Madeira

"Muitas mulheres estão a sentir um agravamento brutal das suas condições de vida", diz o PCP

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"O agravamento das condições de vida das mulheres, as situações discriminatórias e de violência sobre as mulheres ao nível do emprego, da educação, das reformas e pensões, da saúde, da participação social, da fruição cultural, multiplicaram-se exponencialmente neste último ano", afirmou hoje Herlanda Amado, numa iniciativa promovida pela CDU, na Rua Fernão Ornelas, no Funchal, para assinalar o Dia Internacional da Mulher.

"Neste momento particular em que assinala mais um Dia Internacional da Mulher, muitas mulheres estão a sentir um agravamento brutal das suas condições de vida. Desde o radical aumento do custo de vida, com o aumento da alimentação, da habitação, à insuficiência de resposta dos serviços públicos seja na educação ou na saúde. Enquanto trabalhadoras, cidadãs e mães, as mulheres estão sujeitas a pesados sacrifícios no seu dia a dia, assistindo à retirada dos seus direitos, à sua emancipação e autonomia, dos seus sonhos e futuro", reforçou a a dirigente da CDU, citada em nota de imprensa, para quem a luta pela igualdade "não se mede em palavras nem em declarações de intenções feitas num momento de 'comemoração'", mas antes em "acções concretas e de propostas que garantam a igualdade plena".

"Para que possamos celebrar os direitos das mulheres, é necessário efectivar políticas, na lei e na vida de todas as mulheres, que acabem com as desigualdades estruturais, através do aumento dos salários e das pensões, de mais e melhores serviços públicos, de habitação a custos cessíveis, que se erradiquem todas as formas de violência contra as mulheres, prevenindo as causas e combatendo-as", defendeu.

A cada 8 de Março, se afirma o muito que ainda é preciso lutar para que a igualdade no trabalho e na vida seja uma realidade vivida e usufruída por todas as mulheres. Herlanda Amado

"Este ano a voz de cada mulher é ainda mais forte, porque os retrocessos que os Governos, quer na República e na Região, vão permitindo e de certa forma, até compactuando, tentam limitar a luta organizada de todas as mulheres", acusou 

Dizemos basta de salários baixos, são as mulheres que recebem os salários mais baixos; basta de pensões mais baixas, as mulheres recebem valores mais baixos de pensões de reforma; 55% das pessoas que vivem abaixo do limiar da pobreza são mulheres e destas 24% vivem sozinhas; 61% da população com ensino superior são mulheres e sendo a geração de mulheres com mais formação, é fortemente penalizada pela precariedade laboral, desvalorização das suas carreiras e profissões.

Neste 8 de Março, a dirigente comunista saudou ainda "todas as que lutam diariamente pela real efectivação dos direitos e à igualdade, no trabalho e na vida".