Madeira

PSD imputa crime de falsas declarações a Sérgio Gonçalves por omitir ligações ao Grupo Sousa

Foto Assembleia Legislativa da Madeira
Foto Assembleia Legislativa da Madeira

Os deputados do PSD imputaram, esta tarde, ao líder e deputado do PS Sérgio Gonçalves um crime de falsas declarações, por ter feito constar da sua declaração de interesses que não tinha qualquer conflito de interesses com o objecto da comissão de inquérito às “obras inventadas” e às ligações entre Governo Regional e os grupos económicos, quando na verdade “participou, de forma directa e indirecta, na gestão e administração de mais de uma dezena de sociedades que fazem parte do Grupo Sousa”.

“Ao ocultar esta informação da sua declaração de interesses, o deputado Sérgio Gonçalves quis garantir a sua participação nos trabalhos da comissão de inquérito, com vista a condicionar os trabalhos, manipulando os temas a abordar, numa tentativa desesperada em enviesar as conclusões desta comissão”, lê-se no requerimento apresentado por Brício Araújo (PSD), que pede a correcção dos dados da citada declaração de interesses.

Na prática, este requerimento do PSD traduz-se na impossibilidade do líder do PS continuar a participar na comissão de inquérito, visto que os deputados não devem intervir em matérias nas quais têm interesse directo. Curiosamente, Sérgio Gonçalves já não participou na reunião de hoje, tendo sido substituído por Jacinto Serrão. No entanto, o líder parlamentar socialista, Rui Caetano, esclareceu que a ausência do dirigente nada teve a ver com o conflito de interesses mas sim com compromissos em Lisboa.

O chefe da bancada parlamentar socialista classificou a denúncia do como uma “manobra” que visa “distrair do objecto da comissão de inquérito”. Ainda assim, anunciou que Sérgio Gonçalves vai actualizar a sua declaração de interesses. Por outro lado, o PS apresentou um requerimento para obrigar todos os deputados que integram a comissão de inquérito a identificarem “todo o tipo de relações profissionais e políticas, passadas ou existentes”, que mantiveram ou mantenham com os membros do Governo Regional (presidente e secretários), os empresários Luís Miguel Sousa e Avelino Farinha, e os políticos que falaram para uma reportagem do DN-Lisboa (Alberto João Jardim, João Cunha e Silva e Miguel de Sousa). Este requerimento foi aprovado por unanimidade.