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Companhias internacionais dão ainda mais prestígio ao Festival AMO-Teatro

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Este ano, o Festival AMO-Teatro, cuja abertura oficial acontece, esta segunda-feira, conta com companhias internacionais oriundas da Argentina e da Alemanha, como Jimena Cavalletti e Teatro Só, respectivamente.

Nas edições anteriores, o Festival AMO-Teatro já contou com a presença de companhias internacionais. Desta vez, iremos trazer uma humorista argentina, a Jimena Cavalletti, com o espectáculo ‘Mecha Show You’, que decorre, na quinta-feira, pelas 21h00, na Casa do Povo da Camacha. Além disso, teremos também o Teatro Só, que é uma companhia sediada em Odemira e Berlim e que marca presença no festival pela segunda vez. A actuação desta companhia [com 'Sombras'] será no fim-de-semana: à sexta-feira, pelas 20h00, no Largo da Achada, na Camacha; no sábado, pelas 16h00, em frente à Igreja do Caniço, e no domingo, também pelas 16h00, na Praça Patrocínio Alves, em Santa Cruz”.  Director artístico do Festival AMO-Teatro, José Ferreira 

Sinopse de ‘Mecha Show You’

"Um programa televisivo de entretenimento. 'Mecha' está aqui para te ajudar. Uma mulher antidepressiva, extrema, rockeiramente terna, uma diva de diferentes épocas dividindo o insólito com seus fiéis companheiros: uma bateria, um telefone e o sucesso. Esta mulher está disposta a entregar a sua vida pela alegria universal. 'Mecha Show You' vai do humor à parvoíce máxima. Fala sobre o sucesso e o fracasso. O peso que tem nas nossas vidas a constante aprovação exterior. É sobre estarmos constantemente preocupados em triunfar, como se essa fosse a única condição possível de partilhar a existência com outras pessoas. Mas... e as frustrações fora do ar, escondidas, em off? Tanta pressão acende o pavio e explode!". 

Sinopse de 'Sombras' 

Seguindo um estilo de encenação que tem sido característico do Teatro Só, 'Sombras' propõe uma reflexão sobre o mundo emocional de uma vítima de violência doméstica. Sendo o teatro de rua por natureza acessível e popular, a direcção artística, contudo, sempre optou pela abordagem de temas de difícil teor de entretenimento e socialmente estigmatizados, procurando trazer uma dimensão pedagógica e redentora. 'Sombras' pretende ser uma abordagem intimista, anterior ao exame moral, fazendo do público testemunha involuntária daquilo que não tem lugar na rua: o desconsolo e o desespero de uma vítima. A abordagem de um tema tão delicado como este, num ambiente de espectáculo de rua, executado em andas e com um exuberante guarda-roupa é também o exorcismo de um velho tabu, de que “entre marido e mulher não se mete a colher”. No meio da rua, 'SOMBRAS é a proposta de um itinerário emocional que visa a redenção pessoal e a reconquista de si mesmo. O Teatro Só acredita num teatro de rua de intervenção social, reflexivo e humanista e crê por isso que é dever do entretenimento ser educativo e sensibilizador". 

A XII edição do festival – iniciativa do Teatro Experimental da Casa do Povo da Camacha, começou no passado sábado e decorre até ao dia 2 de Abril.

Para hoje, Dia Mundial do Teatro, a proposta é a peça ‘À Deriva’ de Ajidanha, uma companhia de Portugal continental, nomeadamente de Idanha-a-Nova. Trata-se de um espectáculo, que acontece, pelas 21h00, no auditório da Casa do Povo da Camacha, que é "caracterizado pelo nonsense, pela comédia visual e física, e pela sátira implícita do sistema social e político que muitas vezes se revela absurdo e profundamente injusto", conforme podemos ler na publicação feita na página de Facebook do Festival AMO-Teatro. 

Sinopse de 'À Deriva' 

"O projecto de teatro 'À Deriva' consiste numa adataçao livre do texto teatral 'Em Alto Mar' de Slawomir Mrozek,a partir do qual se pretende criar uma dramaturgia própria, uma linguagem cómica e visual, capaz de dialogar com a profunda crise de valores (sociais e institucionais) em que o país, e o mundo, estão mergulhados. 'À Deriva' conta-nos a história de dois homens e uma mulher perdidos em alto mar, após o que se julga ter sido uma catástrofe natural. O enredo da peça gira em torno da maneira como estes três náufragos, circunscritos ao espaço de um abalsa(jangada)e ao mesmo tempo rodeados pela imensidão do mar, enfrentam o problema da fome. As três personagens principais, Gordo, Médio e Magro, uma vez que os mantimentos acabaram, fazem tentativas de campanhas eleitorais, alianças, investidas políticas, apelo ao auto-sacrifício, numa série de pequenos e significativos eventos para justificar uma escolha funda-mental: quem deverá ser comido em prol da sobrevivência."

Tendo em conta que o Dia Mundial do Teatro é "um dia especial", José Ferreira revelou que é por isso que o festival costuma acontecer por esta altura. 

O nosso festival caracteriza-se por incluir sempre o Dia Mundial do Teatro, sendo por isso que costuma se realizar no mês de Março".  Director artístico do Festival AMO-Teatro, José Ferreira 

Sobre este dia, que se assinala hoje, aproveitou para dizer que apesar de ter havido uma evolução, ainda há muito por fazer. 

O teatro na Região tem vindo a evoluir e diversas entidades têm trazido muitos grupos, que têm contribuído para essa evolução. Da parte do público, esperamos sempre mais. Devia haver uma maior adesão aos espectáculos realizados pelas companhias da Madeira. Quando é uma companhia de fora, sentimos que há uma maior adesão. No que toca às entidades oficiais, também esperamos sempre mais, sobretudo apoios, porque ainda existem localidades da Região que ainda não receberam espectáculos de teatro".  Director artístico do Festival AMO-Teatro, José Ferreira 

Este fim-semana, o festival contou com diversas propostas, que contaram "uma boa adesão do público", daí que as expectativas sejam altas para a edição deste ano. 

Nos próximos dias, estão previstos diversos espectáculos de companhias regionais, nacionais e internacionais. Um dos pontos altos será, no dia 1 de Abril, no Teatro Municipal Baltazar Dias, com 'Colheres de Prata', que contará com um elenco de luxo e que se realiza no âmbito do centenário de Natália Correia e em parceria com a Câmara Municipal do Funchal. 

Confira a programação 

De referir que, hoje, abertura oficial será presidida, pelas 18h00, pela secretária regional da Inclusão Social e Cidadania, Rita Andrade.