Madeira

PS considera omissão de Adolfo Brazão "gravíssima e inaceitável"

Reacção socialista à notícia que faz manchete na edição impressa de hoje do DIÁRIO

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O PS diz ser “gravíssima” a omissão do deputado do PSD Adolfo Brazão relativamente ao seu relacionamento empresarial com o ex-deputado e ex-secretário regional Sérgio Marques na sociedade “Choupana Hills Resorts – Empreendimentos Turísticos, S.A.”. A notícia faz manchete na edição impressa de hoje do DIÁRIO, levando os socialistas a tecer duras críticas ao social-democrata.

Presidente da comissão de inquérito falha na declaração de interesses

Adolfo Brazão omitiu relacionamento empresarial que manteve com Sérgio Marques na sociedade ‘Choupana Hills’. Ex-governante que denunciou as “obras inventadas” e alegados favorecimentos a grupos económicos garantiu, ontem, no parlamento: “nunca senti nenhuma pressão”. É esta a notícia que faz manchete na edição impressa do DIÁRIO de Notícias da Madeira desta terça-feira, 21 de Março.

Rui Caetano considera que "depois do «número de circo» que o PSD tentou montar desde o início, «é inaceitável» que Adolfo Brazão tenha aceite presidir à comissão de inquérito sabendo que tinha relações empresariais nesta sociedade com Sérgio Marques [...] mas também com Eduardo Jesus, outra das personalidades referida como tendo sido afastada do Executivo pelos grupos económicos".

O líder parlamentar do PS, que é também vice-presidente da comissão de inquérito às obras inventadas e favorecimentos do Governo Regional, desmonta também a justificação dada por Adolfo Brazão, que alegava que os factos são antigos, com quase duas décadas, esclarecendo, na verdade, apesar dos problemas financeiros, a sociedade manteve-se até 2021. Rui Caetano considera que existiam relações empresariais entre Adolfo Brazão e Sérgio Marques não só à data dos factos denunciados, mas até há bem pouco tempo.

O líder parlamentar socialista afirma que este caso se torna ainda mais grave se atendermos ao facto de o PSD ter tentado acusar o presidente do PS de prestar falsas declarações. Algo que, vinca, Sérgio Gonçalves nunca fez e motivo pelo qual manteve a sua declaração de inexistência de conflito de interesses sem qualquer alteração, tendo inclusivamente entregado na Assembleia uma declaração de registo de interesses e desafiado todos os deputados da comissão a fazerem o mesmo, "o que, afinal, os social-democratas não fizeram".

No dia 7 de Março, "a comissão aprovou por unanimidade um requerimento do PS solicitando que haja a confirmação, ou o aditamento, por todos os deputados, da declaração formal onde consta a identificação de todo o tipo de relações profissionais e políticas, passadas e/ou existentes, relacionadas com o objecto da Comissão de Inquérito em causa, entre os membros que a integram e o presidente e secretários regionais do Governo Regional e as entidades inquiridas e que prestaram declarações ao Diário de Notícias de Lisboa no dia 15 de Janeiro".

"Ou seja, Adolfo Brazão e os restantes deputados do PSD não só não acataram a decisão da comissão (votada também pelos próprios), não entregando o registo de interesses, como no dia seguinte, 8 de março, reiteraram as declarações de inexistência de conflitos de interesses que já haviam feito", indicam os socialistas.