Mundo

Putin saúda reeleição de Presidente chinês para terceiro mandato

None

O Presidente da Rússia saudou hoje a reeleição, para um terceiro mandato, do homólogo da China e elogiou "o reforço" da cooperação bilateral.

"A Rússia aprecia enormemente a vossa contribuição pessoal para o reforço das relações entre os nossos países. Estou certo de que ao agir em conjunto, garantiremos o desenvolvimento de uma cooperação russo-chinesa frutuosa em vários domínios", declarou Vladimir Putin, numa mensagem divulgada pelo Kremlin.

"Vamos continuar a coordenar o nosso trabalho comum sobre as questões mais importantes da agenda regional e internacional", acrescentou.

A reeleição do Presidente chinês, Xi Jinping, "ilustra o reconhecimento dos méritos enquanto chefe de Estado, bem como o apoio à política em favor de maior desenvolvimento social e económico na China e da proteção dos interesses chineses na cena internacional", disse.

Desde o início da invasão da Ucrânia, no ano passado, a Rússia tem procurado reforçar as relações com a China, quando os dois países atravessam um período de fortes tensões com os Estados Unidos.

Pequim não condenou, nem apoiou explicitamente a ofensiva russa na Ucrânia, apesar de ter pedido uma resolução para o conflito.

Um ano depois do início da operação russa em solo ucraniano, Pequim divulgou um documento de 12 pontos, no qual pede a Moscovo e a Kiev para realizarem conversações de paz.

O plano, divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, também pedia o fim das sanções ocidentais impostas à Rússia, medidas para garantir a segurança das instalações nucleares, o estabelecimento de corredores humanitários para a retirada de civis e ações para garantir a exportação de grãos, depois de interrupções no fornecimento terem causado o aumento dos preços a nível mundial.

O primeiro ponto destacou a importância de "respeitar a soberania de todos os países", numa referência à Ucrânia. "O Direito internacional, universalmente reconhecido, incluindo os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas, deve ser rigorosamente observado", de acordo com a proposta difundida pela diplomacia chinesa.

Apesar de a China procurar impor-se como mediador neste conflito, a posição de aliada da Rússia desqualifica estes esforços na perspetiva dos ocidentais, que apoiam a Ucrânia.

Acusada recentemente pelos Estados Unidos de planear fornecer armas à Rússia, a China desmentiu firmemente as alegações, apelando regularmente aos europeus para terem em conta os receios russos em relação à NATO, e considerou a parceria com Moscovo fundamental para contrapor a ordem democrática liberal, liderada pelos Estados Unidos.

A China afirmou ser neutra no conflito, mas mantém uma relação "sem limites" com a Rússia e recusou-se a criticar a invasão da Ucrânia. Pequim acusou o Ocidente de provocar o conflito e "alimentar as chamas" ao fornecer à Ucrânia armas defensivas.

O Governo chinês apelou ao fim da "mentalidade da Guerra Fria" - um termo frequentemente usado por Pequim para criticar a política externa dos Estados unidos.

Xi Jinping tinha expressado anteriormente "questões e preocupações" sobre o conflito, durante um encontro com Putin, e opôs-se abertamente ao uso e ameaça nuclear, depois de o homólogo russo ter sugerido o uso de armas atómicas na Ucrânia.