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Tiroteio em centro de Testemunhas de Jeovás em Hamburgo fez pelo menos 7 mortos

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Foto EPA

Pelo menos sete pessoas morreram na sequência de um tiroteio num centro de Testemunhas de Jeovás em Hamburgo, no norte da Alemanha, adiantaram autoridades daquela cidade, citadas por órgãos de comunicação locais.

O incidente, que ocorreu na quinta-feira à noite, resultou também em feridos com gravidade, revelou a polícia local através da rede social Twitter, sem especificar o número de vítimas.

A polícia referiu que foi alertada para o tiroteio pelas 21:15 (20:15 em Lisboa) e que, depois de chegarem ao local, ouviram um tiro num andar superior do prédio.

Um porta-voz da polícia referiu aos jornalistas que havia "indícios que o autor do ataque" pudesse estar no edifício, "possivelmente até entre os mortos".

As forças de intervenção "entraram no edifício muito rapidamente e encontraram ali pessoas mortas e gravemente feridas", explicou o porta-voz, que não adiantou possíveis motivos para o tiroteio.

De acordo com o diário Bild, o tiroteio gerou "um banho de sangue" e resultou em pelo menos sete mortos e oito feridos graves.

A agência de notícias alemã dpa relatou que observou equipas de socorro a retirarem 18 pessoas, que escaparam ilesas, de um edifício utilizado por Testemunhas de Jeová.

O comunicado inicial da polícia tinha apontado que não havia indicação imediata sobre se o atirador, ou atiradores, estavam em fuga.

As autoridades da cidade de Hamburgo adiantaram que o tiroteio ocorreu no distrito de Gross Borstel, a norte de Hamburgo, a segunda maior cidade da Alemanha, no Salão do Reino das Testemunhas de Jeová, um prédio moderno com três andares.

Duas testemunhas, entrevistadas pela estação NTV, referiram que ouviram 12 tiros.

O autarca de Hamburgo, Peter Tschentscher, manifestou a sua solidariedade para com as vítimas após a notícia "chocante", numa mensagem no Twitter.

As Testemunhas de Jeová fazem parte de uma igreja internacional, fundada nos Estados Unidos no século XIX e sediada em Warwick, Nova Iorque, reivindicando uma adesão mundial de cerca de 8,7 milhões de pessoas, com cerca de 170.000 na Alemanha.

As autoridades alemãs têm estado em alerta nos últimos anos perante uma dupla ameaça terrorista, 'jihadista' e de extremismo de direita.

A Alemanha foi vítima de ataques 'jihadistas', em particular um ataque com um camião reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI) que matou 12 pessoas em dezembro de 2016 em Berlim, sendo o ataque 'jihadista' mais mortal já cometido em solo alemão.

Os alemães continua a ser um alvo para grupos 'jihadistas', em particular por causa do seu envolvimento na coligação que luta contra o grupo EI no Iraque e na Síria e naquela que foi implantada no Afeganistão depois de 2001.

Desde 2013 e até o final de 2021, o número de islâmicos considerados perigosos na Alemanha quintuplicou, chegando a 615, segundo o Ministério do Interior. A dos salafistas é estimada em cerca de 11.000, o dobro de 2013.

Depois de um alerta do FBI, as autoridades alemãs anunciaram em 08 de janeiro a detenção de dois iranianos suspeitos de prepararem um ataque químico "islâmico" utilizando ricina e cianeto.

Uma outra ameaça paira sobre a Alemanha, personificada pela extrema-direita, depois de vários ataques mortais nos últimos anos contra comunidades ou locais religiosos.

No ataque racista em Hanau, perto de Frankfurt (oeste), perpetrado em fevereiro de 2020, um alemão envolvido no movimento de conspiração matou nove jovens, todos de origem estrangeira.

Entre 2000 e 2007, um grupo neonazi chamado NSU já tinha assassinado nove migrantes e uma polícia. Dois dos seus membros cometeram suicídio antes de serem presos e o terceiro, uma mulher, foi condenado à prisão perpétua.