Boa noite!

Na ânsia de mostrar que andam ocupados e a fazer coisas, porque sabem que neste momento decorrem sondagens, os gestores da coisa pública expõem-se por vezes ao ridículo e com o dinheiro do nosso bolso vão posando para as fotografias, vão esbracejando perante quem faz perguntas incómodas, vão dando cabo do miolo a quem pensa, vão produzindo disparates, vão preferindo as prerrogativas às competências e vão espatifando capital político outrora acumulado e que a esta hora já vale bem pouco.

A última prova da amnésia governativa, bem reveladora do desnorte reinante, decorre de mais um acordo de cooperação ontem assinado com Cabo Verde pelo executivo regional, o mesmo que em 2019, no âmbito da 1.ª cimeira Madeira/Cabo Verde, se comprometeu com  muitas das valências novamente assumidas, sem que tivesse implementado e concretizado o que quer que fosse.

Não queremos acreditar que o secretário da Economia não soubesse dos compromissos de então e que o DIÁRIO teve oportunidade de resumir.

As assinaturas dos memorandos até podem render boas fotografias mas tardam em ser consequentes, o que dá cabo da palavra do governo, ainda por cima dada numa cerimónia com muitas testemunhas,  o presidente do Governo, a secretária regional de Turismo e Cultura de então, o primeiro-ministro de Cabo Verde, o ministro da Cultura e Indústrias Criativas de Cabo Verde, a larga maioria dos deputados, presidentes de câmara, directores regionais e sei lá mais quem. Tudo gente com memória fraca, mas que se não a tivesse ao nível da temperatura registada no Pico do Areeiro nos últimos dias e fosse mais atenta, não deixaria passar em branco mais um faz de conta político.