Madeira

"Madeirenses vão ter que esperar" pela posição do Bispo sobre os casos de abusos

D. Nuno Brás opta pelo silêncio ao contrário de muitos prelados de outras dioceses do País

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O bispo do Funchal, D. Nuno Brás, quando questionado pelo DIÁRIO sobre a posição da Diocese do Funchal sobre os casos de abusos sexuais de que dá conta o relatório elaborado pela Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica, recusou-se a pronunciar publicamente sobre o assunto, optando por permanecer em silêncio.

Instado, hoje de manhã no Colégio dos Salesianos, ainda a deixar uma palavra ao povo madeirense, o máximo representante da Igreja Católica na Região apenas referiu que "os madeirenses vão ter que esperar" pelo momento certo. Ao contrário do que tem sucedido com os bispos de outras dioceses a nível nacional, D. Nuno Brás não quis manifestar, por enquanto, a sua opinião pública sobre o escândalo que abolou a Igreja e a sociedade portuguesa.

Quatro casos de abusos sexuais praticados pelo clero e dois por leigos na Igreja da Madeira

Relatório final da comissão independente deverá ser disponibilizado em breve

Na noite de ontem, o padre José Luís Rodrigues, pároco de São Roque e S. José questionou, através da sua página na rede social Facebook, o "sentido de oportunidade" da iniciativa 'Catequeses Quaresmais', que está agendada para o próximo mês de Março na Sé do Funchal. 

Conforme se pode ler na publicação, que conta já com alguns comentários de anuência com o que é referido, o sacerdote refere o contexto de abusos sexuais "hediondos" para colocar em causa a pertinência das "catequeses" com o objectivo de "dizer banalidades ridículas e anacrónicas".

O padre, com um tom bastante crítico, chega a pedir "juízo" na Sé do Funchal, "porque a Sé do Funchal é do povo da Madeira e não do clero da Madeira, nem muito menos da IC [Igreja Católica] da Madeira que já não representa todo o povo deste espaço geográfico. Não fora a Sé do Funchal ser pertença do Estado...".

José Luís Rodrigues questiona "sentido de oportunidade" das Catequeses Quaresmais

O evento está agendado para o mês de Março, na Sé do Funchal

O relatório elaborado por uma comissão independente sobre abusos sexuais no seio da Igreja Católica dá conta de seis casos na Madeira. De acordo com a Diocese do Funchal, quatro dizem respeito a abusos perpetrados por membros do clero e outros dois por leigos, mas em contexto religioso.

De acordo com uma fonte da Diocese do Funchal, existem dois casos referentes à Madeira que estão a ser investigados pelo Ministério Público, e estão a ser acompanhados atentamente pela diocese. Uma das situações diz respeito a um catequista, de uma igreja do Funchal, enquanto o outro caso refere-se ao padre Anastácio Alves, que se encontrará em parte incerta.

Comissão independente recebeu 512 testemunhos validados

A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica recebeu 512 testemunhos validados relativos a 4.815 vítimas desde que iniciou funções em janeiro de 2022, anunciou hoje o coordenador Pedro Strecht.

O relatório da Comissão Independente, apresentado esta segunda-feira, revelou que foram validados 512 testemunhos relativos a 4.815 vítimas. De acordo com o coordenador da comissão, Pedro Strecht, de entre os 512 testemunhos, 25 casos foram enviados para o Ministério Público.

Diocese de Setúbal nega ter recusado responder à comissão sobre abusos sexuais

A diocese de Setúbal rejeitou hoje que tenha havido recusa da parte do administrador diocesano em responder à Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra Crianças na Igreja, atribuindo o caso ao momento da saída do bispo.

Bispo do Porto considera hediondos e inqualificáveis casos de abuso sexual

O bispo católico do Porto, Manuel Linda, classificou hoje os abusos sexuais de crianças no seio da Igreja como "absolutamente hediondos, inqualificáveis e que têm de ser combatidos com toda a energia".

Bispo auxiliar de Lisboa considera que abusos sexuais na igreja não mancham Jornadas Mundiais da Juventude

O bispo auxiliar de Lisboa considerou quarta-feira que os casos de abusos sexuais na igreja católica portuguesa não constituem uma mancha para as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), que se realizam em agosto, em Lisboa.