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Opereta 'Livrai-nos da Peste' estreia amanhã no Teatro Municipal Baltazar Dias

Projecto da Associação Cultural de Teatro, Música e Dança conta com quatro sessões.

Sessão da próxima quarta-feira, 13 de Abril, conta com audiodescrição e Língua Gestual Portuguesa
Sessão da próxima quarta-feira, 13 de Abril, conta com audiodescrição e Língua Gestual Portuguesa, Foto Leonor Silva

O Teatro Municipal Baltazar Dias recebe esta sexta-feira, 8 de Abril, pelas 21 horas, a estreia da opereta 'Livrai-nos da Peste', um projecto desenvolvido pela Associação Cultural de Teatro, Música e Dança (AGON).

O projecto, desenvolvido através de uma co-produção entre a AGON e a Câmara Municipal do Funchal, com o apoio da DGartes, baseia-se na coincidência histórica com quinhentos anos de distância. 'Livrai-nos da Peste' conta com sessões sábado e domingo, 9 e 10 de Abril, pelas 21 e 18 horas, respectivamente, e repete-se a 13 de Abril, pelas 21 horas.

Em marco de 1521, a peste negra fazia as suas primeiras vítimas, no Funchal. O rápido contágio e alta letalidade da peste obrigou a situações de quarentena e refúgio semelhantes às que foram vividas devido à covid-19. Desta curiosa parecença histórica, que separa a cidade em meio milénio, surge uma construção dramática que afunila numa Opereta.

Assim sendo, a opereta 'Livrai-nos da Peste', com dramaturgia e encenação de Filipe Gouveia, contará, paralelamente, duas histórias de amor passadas em plena pandemia, no Funchal, espaçadas por cinco séculos, recorrendo a todas as óbvias analogias e diferenças sociais.

A opereta visa envolver vários artistas locais, enriquecendo o resultado final. Nesse sentido, decorreu em Fevereiro uma Open Call, onde foram seleccionados três intérpretes e um figurinista residentes. Segundo o encenador Filipe Gouveia, “um dos maiores objectivos deste projecto é tentar recuperar muito do que foi perdido com a pandemia".

Como sabemos, o sector da cultura foi dos mais afectados, tendo exemplos ainda hoje de espectáculos constantemente cancelados e artistas completamente desorientados ou obrigados a desistir da área. Na verdade, a pandemia só veio piorar e realçar os problemas deste sector - e um dos maiores é mesmo a falta de oportunidade, principalmente para artistas emergentes. Como tal, este foi o projecto perfeito para criar algumas oportunidades na Madeira. Só assim fazia sentido para nós, principalmente num espectáculo com um teor tão regional. Filipe Gouveia, encenador 

A opereta conta com música e composição original de Paulo Pires, assistência à encenação e espaço cénico de Diogo Freitas, figurinos de Ricardo Lapa, desenho e operação de luz de Pedro Abreu, interpretação de Genário Neto, Isaías Viveiros, Laura Aguilar, Lola Portela, Pedro Leitão, Sara Cíntia e Sara Maia e com a participação dos músicos Francisco Coelho, Gabriel Tozarin-Damasceno, João Inácio, Ricardo Dias, Rodrigo Freitas e Rostyslav Kuts.

A sessão da próxima quarta-feira, 13 de Abril, conta com audiodescrição e Língua Gestual Portuguesa. No mesmo dia, pelas 20 horas, decorrerá um reconhecimento de palco, entre o público com deficiência visual e os actores.

Este espectáculo é dirigido a um público com idade superior a 12 anos e terá uma duração aproximada de 75 minutos. Os bilhetes custam 10 euros e estão à venda na bilheteira do Baltazar Dias e na Ticketline.