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Número de migrantes para países da OCDE em recuperação depois da pandemia

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Foto EPA

A migração permanente para os países da OCDE recuperou parcialmente no ano passado, após uma queda recorde em 2020 devido à crise da covid-19, mas a situação ainda ficou aquém do registado em 2019.

A conclusão faz parte do relatório "O Panorama das Migrações Internacionais da OCDE 2022", divulgado esta segunda-feira pela organização internacional de cooperação.

Segundo o documento, os 38 países que fazem parte da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), entre os quais consta Portugal, receberam, no ano passado, 4,8 milhões de novos migrantes permanentes, ou seja, mais 22% do que em 2020.

Ainda assim, o número fica meio milhão abaixo do que foi contabilizado em 2019.

No entanto, a OCDE espera um aumento dos fluxos migratórios permanentes este ano, "à medida que os países levantam as restrições à imigração e às viagens", refere o relatório.

Os Estados Unidos continuaram a ser, em 2021, o país-membro da OCDE que mais migrantes recebeu, com o registo de 834.000 pessoas que entraram de forma regular nas fronteiras norte-americanas, ou seja, mais 43% do que em 2020. Ainda assim, o valor ficou 19% abaixo do que se registava em 2019.

Enquanto isso, o Canadá foi o país que apresentou a maior subida, com um fluxo migratório recorde de mais de 400.000 novos migrantes permanentes, ou seja, mais do dobro dos valores observados em 2020.

Já os 27 países que fazem parte da União Europeia (UE) tiveram um aumento, mas muito menos acentuado (15%), o que se deveu sobretudo às consequências da crise pandémica.

As medidas contra a doença covid-19 também afetaram severamente os fluxos migratórios para a Austrália, Japão, Coreia do Sul e Nova Zelândia.

Em termos de razões para migrar, o reencontro com a família continuou a ser, no ano passado, o principal motivo, aumentando 39% e representando mais de um terço do total da migração permanente para a OCDE.

Com quase 600.000 pessoas a irem viver para perto da sua família, este tipo de migração registou um aumento de 30% na UE, regressando ao nível de 2017-19.

A migração laboral para os países da OCDE recuperou 45% em 2021 e ultrapassou os 750.000 trabalhadores, o nível mais alto da última década, crescimento que foi "parcialmente impulsionado pelo grande aumento registado nos Estados Unidos, no Canadá, no Reino Unido e em Itália", indica o relatório, precisando que no caso italiano a subida teve por base um programa de regularização.

No espaço mais restrito da UE, a migração laboral permanente aumentou em linha com a migração familiar (mais 29% em comparação com 2020), abrangendo cerca de 300.000 novos trabalhadores.

Por outro lado, a migração humanitária permanente para os países da OCDE aumentou ligeiramente (3%) em 2021, após quatro anos consecutivos de declínio.

Os principais países de destino dos migrantes humanitários foram a Alemanha, seguida de perto pelo Canadá, enquanto as grandes descidas se verificaram em países como a Austrália, Nova Zelândia, Reino Unido, Estados Unidos e Espanha.

Por último, o relatório adianta que o recrutamento de trabalhadores estrangeiros sazonais manteve-se estável em cerca de 460.000 em 2020 e aumentou 18% em 2021, impulsionado principalmente pelos Estados Unidos, Reino Unido e França.

No total, e apesar da pandemia, a população estrangeira que vive nos países da OCDE continuou a aumentar em 2021 e atingiu a marca dos 138 milhões, o que representa 10,6% da população total dos membros da organização.

A OCDE é uma organização internacional composta por 38 países da América do Norte e do Sul, da Europa e da Ásia-Pacífico, da qual Portugal é membro fundador.

A entidade -- que visa, entre outros objetivos, coordenar políticas económicas e sociais e apoiar o crescimento económico sustentado -- integra muitos dos países mais avançados do mundo mas também países emergentes como a Colômbia, o México, o Chile e a Turquia.