Quem nos vai salvar?

A todos os leitores desejo um ótimo 2021 com muita saúde, amor e prosperidade, apesar de todos os anos pedirmos os mesmos votos, são a essência para sermos felizes.

Apesar da mudança do ano e dos desejos que tudo vai melhorar o assunto atual e mais preocupante continua a ser o covid-19 e as suas consequências. Eu tenho um filho que adorava as histórias do Noddy e a que ele mais gostava era “Noddy salva o Natal”, pois apesar de haver uma ameaça de não haver natal na cidade dos brinquedos após muitas aventuras e desventuras das personagens, como sempre, a história teve um final feliz e houve uma grande festa de Natal.

Mas infelizmente a nossa realidade é bem diferente pois apesar de termos conseguido salvar o nosso natal e o final de ano será que vamos conseguir nos salvar? Desde março até o início do mês de dezembro na minha humilde opinião o Senhor Presidente do Governo Regional tomou sempre as medidas necessárias para tentar controlar a pandemia e defendeu por diversas vezes que não hesitaria em tomar medidas mais restritivas caso a situação complicasse. Todos nós como cidadãos responsáveis temos de cumprir ao máximo as regras pois não pode haver uma autoridade em cada esquina a fiscalizar, mas infelizmente sabemos que houve muitas infrações e que continuam a existir. Por exemplo alguns dos emigrantes, estudantes e turistas que não cumpriram o isolamento durante esta época festiva, que houve muitos convívios familiares, muitas idas aos locais da poncha. Infelizmente “no melhor pano cai a nódoa” e como é do conhecimento geral no dia 23 de dezembro o Governo Regional cumpriu a tradição reunindo o seu executivo no almoço de Natal no Mercado do Lavradores. Num ano em que tanto se apelou a um Natal com contenção, será que se cumpriu o distanciamento social e o uso de máscara? Será que havia mesmo a necessidade de manter esta tradição? Como diz o ditado: “Os exemplos vêm de cima”.

No dia 31 de dezembro na conferência de imprensa de início da campanha de vacinação em que estavam presentes as autoridades da saúde, o presidente do governo regional afirmou que a Madeira ia testar à Covid-19 toda a população escolar, incluindo alunos, professores e funcionários não docentes ou seja um universo aproximadamente de 52 mil pessoas, no arranque do segundo período letivo que estava previsto para 4 de janeiro. Eu sou um leigo na matéria, mas a região tem meios humanos para a realização dos referidos testes em tão curto espaço de tempo?

Tivemos uma belíssima passagem de ano, com único senão que os casos de covid -19, como era de esperar, continuavam a aumentar e como foi noticiado nos órgãos de comunicação social o Funchal é um dos três concelhos da Região em risco elevado para a transmissão do vírus. O presidente da CMF tomou a iniciativa de solicitar medidas mais restritivas de contenção da pandemia e inclusive uma audiência com o Presidente do Governos Regional.

A audiência realizou-se no dia 3 de janeiro e no final apenas houve um comunicado remetido à imprensa cuja a medida mais concreta foi a “proibição circulação na via publica na Madeira entre as 23 e as 5 horas”. Será que não era pertinente o nosso Presidente fazer uma conferência de imprensa de forma simples e clara esclarecendo a população sobre o ponto da situação e das medidas tomadas. As maiores duvidas surgiram por parte da comunidade escolar e das famílias sobre o retomar das aulas e os procedimentos a adotar por exemplo a Escola básica do 1ª ciclo com pré-escolar e creche da Nazaré informou durante a tarde do dia 3 “que de acordo com o comunicado do Governo Regional a escola estará encerrada até a conclusão do processo de testagem a crianças/alunos/pessoal docente não docente”. No final do dia o Sr. Secretário da Educação informou que só pessoal docente e funcionários vão ser testados. Aqui o que está em questão é a contra informação que gera confusão junto da população.

Neste começo de ano o nosso maior desejo é que haja por parte dos nossos governantes atitudes transparentes, informações claras e concisas pois só assim poderemos continuar acreditar em quem nos governa e ter a esperança que vamos conseguir vencer esta batalha contra um inimigo invisível.

Salvador de Freitas

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