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Democratas tomam conta de manifestação em Filadélfia

Activistas afro-americanos entram sem aviso na manifestação dos apoiantes de Joe Biden

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A maior parte dos manifestantes republicanos que protestavam contra a contagem dos votos por correspondência na cidade de Filadélfia, Pensilvânia, abandonou o local fazendo aumentar a discoteca dos democratas que cresceu para o meio da rua.

Pouco antes das 19:00 (00:00 de quinta-feira em Lisboa), na altura em que o presidente Donald Trump declarava na Casa Branca que está "a ser roubado", os apoiantes saíram do local para "se reorganizarem" antes do regresso ao protesto.

Os apoiantes do Partido Republicano contestam a contagem dos votos por correspondência no condado de Filadélfia, tal como acontece em vários outros pontos do país.

Os republicanos consideram que os votos por correio "são ilegais" e que não devem ser contabilizados o que provocou a indignação dos democratas da cidade do estado da Pensilvânia que se mobilizaram contra "o fascismo" e em "defesa" da democracia.

Apesar de não se terem registado incidentes frente ao local de contagem dos votos, na Arch St, no centro da cidade, os participantes de ambos os lados insultaram-se durante várias horas.

Os efetivos da polícia estão presentes na rua e nos quarteirões que circundam o edifício onde funcionários públicos procedem à contagem dos votos.

Os democratas, na maior parte jovens, aproveitaram o vazio do setor republicano e ampliaram a zona de dança que se estende até ao outro lado da rua e prometem continuar até se conhecerem os resultados do estado da Pensilvânia que confere 20 votos eleitorais.

Afro-americanos irrompem pela manifestação 

Um grupo de mais de uma centena de ativistas afro-americanos irrompeu pela manifestação frente ao centro de contagem de votos de Filadélfia, exigindo fazer parte da agenda política "ganhe quem ganhar".

"Esta é a nossa cidade, este é o nosso estado, não somos apenas os 'negros do Black Lives Matter', somos mais do que isso e exigimos fazer parte da agenda política ganhe quem ganhar as eleições", disse o líder do movimento enquanto todos os elementos do grupo escutavam de punho direito erguido.

O grupo de ativistas afro-americanos vestidos de preto entrou sem aviso na manifestação dos apoiantes do candidato democrata à Casa Branca Joe Biden, escoltado por vários carros da polícia.

Pouco depois das 20:00 de quinta-feira (01:00 em Lisboa), o grupo posicionou-se frente ao Centro de Congressos, onde continua a contagem de votos do condado.

A música que fazia dançar os manifestantes democratas foi interrompida, tendo os ativistas afro-americanos sido aplaudidos pelos apoiantes do Partido Democrata.

Na semana passada, o cidadão afro-americano Walter Wallace Jr., de 26 anos, foi morto a tiro pela polícia na zona oeste de Filadélfia.

Wallace, que sofria de perturbações mentais, foi abatido por não ter largado uma faca.

A ação da polícia de Filadélfia provocou a indignação da população dos bairros mais desfavorecidos da cidade, onde se verificaram vários confrontos e pilhagens.

Nos dias que se seguiram aos acontecimentos que levaram à morte de Walter Wallace Jr., a campanha de Joe Biden apelou várias vezes para o voto afro-americano da Pensilvânia e, em particular, da cidade de Filadélfia.

Depois da intervenção em que frisaram que os "afro-americanos têm de fazer parte da vida e da agenda política norte-americana" os elementos do grupo de ativistas da "zona oeste" abandonaram o local da manifestação.

Os democratas aguardam os resultados do estado, tendo colocado uma faixa do tamanho de todo o edifício do centro de contagem que diz "contem todos os votos".

Os apoiantes do Presidente norte-americano, Donald Trump, que já estiveram no mesmo local não aceitam a contagem dos votos por correspondência que consideram "ilegais".

O resultado final dos votos na Pensilvânia confere 20 "grandes eleitores" e por isso o estado é central para as eleições presidenciais norte-americanas.

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