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BCE deverá manter hoje as taxas de juro inalteradas

Foto  Peter Stein / Shutterstock.com
Foto  Peter Stein / Shutterstock.com

O Banco Central Europeu (BCE) deverá anunciar hoje que mantém as taxas de juro diretoras, apesar do abrandamento da taxa de inflação em fevereiro.

Pela quarta vez consecutiva desde outubro, a presidente do BCE, Christine Lagarde, deverá anunciar, após a conclusão da reunião do Conselho, que as três taxas de juro se mantêm inalteradas, segundo os analistas consultados pela Lusa.

A taxa de inflação homóloga da zona euro abrandou, em fevereiro, para 2,6%, 0,2 pontos percentuais (pp.) abaixo do registado em janeiro, refletindo um menor aumento nos preços dos alimentos, segundo a estimativa rápida divulgada pelo Eurostat.

Apesar de salientar que as decisões são tomadas com base nos dados económicos e a taxa de inflação estar no caminho da meta de 2% do banco central, o BCE tem repetido que a zona euro deve estar mais adiantada no processo de desinflação antes de ter a certeza de que a meta de inflação pode ser alcançada de forma sustentável.

Depois de subir as taxas dez vezes desde meados de 2022, colocando-as no nível mais elevado de sempre, o BCE tem optado, assim, por uma 'pausa' nas últimas reuniões, antes de vir a relaxar a política monetária.

Apesar da expectativa, o governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, em entrevista à Bloomberg no final de fevereiro, defendeu que o BCE deve estar aberto a discutir uma redução das taxas na reunião de hoje.

Com os mercados e os analistas a descartarem um corte este mês das taxas, as atenções estão centradas no "tom" que a presidente do BCE irá usar na conferência de imprensa e na atualização das previsões económicas, que será divulgada.

A taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito estão fixadas em 4,50%, 4,75% e 4,00%, respetivamente.

Quando o BCE altera as taxas de juro diretoras, tal reflete-se no conjunto da economia, tendo impacto por exemplo nos empréstimos bancários, nos empréstimos a nível do mercado, no crédito à habitação, nas taxas de juro dos depósitos bancários ou em outros instrumentos de investimento.