Artigos

Os renovadinhos

Tem sido notícia o Inquérito Parlamentar que decorreu das declarações do Dr. Sérgio Marques sobre as obras inúteis.

Que os meios financeiros têm sido desviados para obras inúteis, sem relevância para o desenvolvimento é uma questão sobejamente denunciada. Que o Governo Regional colocava os dinheiros públicos ao serviço de alguns grupos económicos é uma questão identificada há décadas. Que o Governo Regional e o PSD utilizaram os dinheiros públicos para alimentar clientelas que determinam o quadro político da Região também tem sido denunciado.

Assim, Sérgio Marques não vem apenas dar razão a várias declarações críticas relativamente ao ‘jardinismo”, que se prolonga para além do Dr. Jardim. Aquele membro do governo de Miguel Albuquerque confirma algo mais: que as práticas que vingaram durante décadas, com Alberto João Jardim, hoje, continuam para além dele. Aliás, para Sérgio Marques, a crise no governo, no seu tempo, foi uma consequência dos entraves que tentou colocar àquela lógica de poder.

O Dr. Sérgio Marques descobriu e confirma que o regime continua com a mesma lógica de poder, com a mesmíssima prática corruptível, com a reles manha da corrupção; que o regime continua ao serviço dos senhores do mando, com a mesma linhagem clientelar, igualmente serviçal à ganância dos senhorios de ontem e de hoje.

Como tantas vezes alertámos, não bastava afastar Alberto João Jardim do governo para que se mudasse de regime.

Como é agora evidente, “os renovadinhos” são mais do mesmo. “Os renovadinhos de Miguel Albuquerque” prolongam o regime, sempre ao serviço do capital, multiplicando a velha prática do esbanjamento dos dinheiros públicos e a trama das antigas negociatas.

É, agora, com “os renovadinhos” no poder que a Empresa de Eletricidade da Madeira retoma o negócio das algas no Porto Santo. Não satisfeitos com o anterior esbanjamento de mais de 50 milhões de euros, os “renovadinhos de Miguel Albuquerque” querem continuar o saque ao erário público.

A “famosa” Lagoa do Santo da Serra, que desde os anos de 1980 constitui um sorvedouro de dinheiros públicos, agora, com os “renovadinhos” volta a ser mais um foco de esbanjamento de milhões de euros.

A “fábrica das moscas”, a Lagoa e a Marina do Lugar de Baixo, o Campo de Golfe do Porto Santo, nestes e em tantos outros processos, pelas mãos dos “renovadinhos de Miguel Albuquerque” continua o carrossel do assalto aos dinheiros públicos para saciar clientelismos antigos e de hoje.

Portanto, o problema não se resolve pela substituição de algumas pessoas. Mas, também não basta a alternância de partidos. O que é preciso é derrubar o regime e erguer a alternativa política.