Fact Check Madeira

Secretário de Estado foi de táxi para o complexo do Marítimo?

O governante da República optou por ir de táxi. Saiba quais são os procedimentos neste tipo de deslocações.
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O Secretário de Estado da Juventude e Desporto veio à Região numa visita oficial e terá dispensado as tradicionais mordomias de uma figura de Estado tendo chegado ao complexo do Marítimo, em Santo António, à boleia de um táxi. Terá sido assim? Vejamos:

As imagens captadas pela RTP-M não enganam. João Paulo Correia foi efectivamente transportado num táxi, o que causou estranheza e estupefacção entre quem assistiu. Mais tarde, com as imagens a circular, as redes sociais emitiram os tradicionais comentários.

O DIÁRIO sabe que em nenhum momento o governante chegou a solicitar aos serviços do Representante da República, que nestes casos estabelece a ponte entre Lisboa e Madeira, qualquer colaboração no transporte a que tem direito nos dias em que representa o Governo. Nem mesmo pediu a sala vip do aeroporto reservada às entidades. Chegou discreto e tentou manter essa postura.

Neste caso, ainda que não tenha direito ao corpo de segurança - como primeiro-ministro, ministros ou outras figuras de Estado -, tinha ao dispor uma viatura do parque de automóveis sob a alçada de Ireneu Barreto durante o tempo que estivesse na Região. Também teria acesso directo e privilegiado quer à entrada quer à saída no aeroporto. Não foi o caso.

Fonte conhecedora dos meandros do formalismo protocolar considera que esta discrição não deve ser confundida com "ligeireza” que o cargo merece e exige.

Quando o convite parte do Governo Regional, está instituído, embora não seja ‘by the book’ [segundo as regras], que um veículo com placa do governo fique à disposição.

O que sucede, acrescenta, é o "desconhecimento" que as entidades têm direito aquando das visitas oficiais, mas os gabinetes não deveriam ter, a menos que tivesse sido uma exigência do próprio governante situação que não pode ser desvalorizada sob pena de ocorrer algum incidente.

Por falar em governo tentamos perceber qual o motivo para que nenhum membro do executivo de Miguel Albuquerque não fosse visto com o João Paulo Correia. A resposta foi: "Não houve disponibilidade de agenda para um encontro entre as partes" justamente pelo facto da deslocação ter sido repentina.