Madeira

População da Madeira cresceu em 2021 pelo terceiro ano à custa da migração

Foto Arquivo/Aspress
Foto Arquivo/Aspress

Há três anos que a população residente na Região Autónoma da Madeira cresce. Depois de, em 2019, ter invertido um ciclo de perda que vinha desde 2011, no ano de 2021 atingiu-se um novo crescimento para 252.693, números que há 6 anos (desde 2016) não se viam. Contudo, se tivermos em conta a diferença nestes 11 anos, o saldo negativo é de 14.701 habitantes/residentes.

E a situação só não é pior, ou seja só não continuamos a perder residentes porque o saldo migratório está a compensar fortemente o saldo natural. A diferença entre nascimentos e mortes continua a manter-se negativo desde 2011, tendo atingido o valor mais baixo precisamente em 2021, -1.131 nascimentos face a mortes.

A variação populacional que vinha registando números negativos, inverteu o cenário em 2019 (+316 residentes), melhorou significativamente em 2020 (+1.187) e continuou positiva em 2021 (+793), apesar da notória redução. Isto porque o saldo migratório (diferença entre entrada e saída de população residente) também já não foi tão positivo, indicador que tem estado em foco há quatro anos - 2018 com +131, 2019 com +1.104, 2020 com +2.040 e em 2021 a registar esse ligeiro recuo, mas ainda assim amplamente positivo, +1.924.

Os dados mais completos sobre a Demografia em Portugal foram divulgados esta manhã pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), mostram ainda que a estrutura etária da população residente continua a ser marcado pelo envelhecimento, já que pelo 11.º ano consecutivo diminuiu o número de pessoas dos 0 aos 14 anos de idade, para 32.257 em 2021 (33.150 em 2020), quando em 2011 ascendia a 44.359 pessoas (menos 12.102). Nas outras faixas etárias, regista-se o contrário, sobretudo a população mais idosa com 65 e mais anos de idade, que aumenta pelo 11.º ano para 51.027, quando um ano antes eram contabilizados 49.712 e em 2011 eram 39.455 (menos 11.572). Na faixa etária mais representativa dos 15 aos 64 anos de idade, depois de nove anos em perda, nos dois últimos anos regista-se um aumento (169.038 em 2020 e 169.409 em 2021), sendo que em 2011 eram 183.580 (mais 14.171).

“A Região Autónoma dos Açores é a região menos envelhecida, tendo sempre tido a maior percentagem de população jovem (seguindo-se a Área Metropolitana de Lisboa) e de população em idade ativa (seguindo-se a Região Autónoma da Madeira), e as menores percentagens de população com 65 e mais anos”, destaca o INE pela positiva, uma vez que a população em idade activa na Madeira atingiu os 67%, ainda que ligeiramente inferior à do ano anterior (67,1% em 2020) e um contínuo decréscimo desde o início da série (68,6% em 2011).

“Relativamente à população em idade ativa, em 2021 o Norte, a Área Metropolitana de Lisboa e as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira apresentaram maiores percentagens de população neste escalão etário do que o total do país”, regista o INE, sendo que a população jovem baixou a sua percentagem de 16,6% em 2011 para os actuais 12,8% (13,2% em 2020), enquanto a população idosa passou de 14,8% em 2011 para 20,2% em 2021 (19,7% em 2020).

Em termos de índice de envelhecimento, a Madeira atingiu o número mais alto de jovens por idosos, contando em 2021 158,2 idosos por cada 100 jovens, um aumento cada vez mais acentuado (em 2020 era de 150 idosos por cada 100 jovens e em 2011 era de 88 idosos por cada 100 jovens). A média nacional está nos 181 idosos por cada 100 jovens.