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França enfrenta hoje uma nova jornada de greves e manifestações contra a reforma do sistema de pensões, a décima em dois meses de forte, e por vezes violenta, contestação social que tem levado milhões de pessoas às ruas.

Nas vésperas de uma nova mobilização a nível nacional contra a nova lei das pensões - aprovada com recurso a uma disposição constitucional para fazer passar o texto sem votação parlamentar -, Governo e sindicatos alertaram para o risco de um cenário de "desordem e caos" e para a atmosfera pesada sentida no país.

No domingo, e para tentar "apaziguar o país", a primeira-ministra Élisabeth Borne indicou que prevê receber na próxima semana os grupos parlamentares e os partidos políticos, oposição incluída, admitindo também eventuais encontros com os sindicatos.

A última jornada de protesto, na passada quinta-feira, mobilizou entre 1,08 milhões de pessoas (segundo a polícia) e 3,5 milhões de pessoas (números da central sindical Confederação Geral do Trabalho) em várias manifestações, algumas marcadas por violentos incidentes: uma esquadra de polícia foi atacada em Lorient, manifestantes incendiaram o edifício da câmara de Bordéus e foram registados distúrbios e atos de vandalismo em Paris.

Hoje, também é notícia:

CULTURA

O festival Tremor dá hoje início à 10.ª edição, em São Miguel, nos Açores, com concertos, residências artísticas, exposições, passeios e artistas como Fado Bicha, Ela Minus e 3phaz.

Alfredo, Angel Bat Dawid, Cobrafuma, Bia Maria, Pongo, Tramhaus, Unsafe Space Garden, Vaiapraia, ZA!, Fado Bicha, Divide and Dissolve, Chima Isaaro, Dame Área ou Verde Prato são alguns dos nomes que vão marcar presença no festival.

Integrado no festival vai decorrer ainda o Mini-Tremor, dedicado ao público mais jovem, e a iniciativa Receitas do Baú, que vai permitir aos festivaleiros terem uma refeição tradicional com a comunidade de Rabo de Peixe.

O Tremor conta também com sete residências artísticas, sendo que uma delas vai resultar no novo espetáculo dos Som.Sim.Zero, criado a partir do trabalho entre os ondamarela, a Associação de Surdos de São Miguel e a Escola de Música de Rabo de Peixe.

ECONOMIA

Vários sindicatos dão hoje início a novas greves no setor ferroviário, que irão abranger a Infraestruturas de Portugal (IP) e a CP até ao final do próximo mês, incluindo um dia de 24 horas, em 06 de abril.

Segundo um comunicado de uma plataforma de sindicatos, com representatividade na CP e na IP, os protestos arrancam hoje, com um "apagão de protesto", ou seja, uma paralisação na IP e CP das 10:00 às 11:00.

De hoje ao dia 04 de abril haverá greve na IP das 00:00 às 02:00 e até 30 de abril os sindicatos cumprem greve na IP e na CP a partir da oitava hora de serviço, de acordo com a mesma nota.

Além disso, entre hoje e 30 de abril "na CP, os trabalhadores cujo seu período normal de trabalho abranja mais de três horas durante o período compreendido entre as 00:00 e as 05:00, entrarão em greve a partir da sétima hora de serviço" e entre 10 e 30 de abril, na IP, "os trabalhadores cujo seu período normal de trabalho abranja mais de três horas durante o período compreendido entre as 00:00 e as 05:00, entrarão em greve a partir da sétima hora de serviço".

A Interjovem, organização da CGTP, realiza hoje uma manifestação nacional de jovens trabalhadores, em Lisboa e no Porto, em protesto contra os baixos salários e o aumento do custo de vida, assinalando o Dia Nacional da Juventude.

"Estes jovens rejeitam os baixos salários e aumento do custo de vida, que faz com que adiem a sua emancipação e independência e os empurram para a emigração, a precariedade que se tenta normalizar e os colocam na corda bamba entre a renovação do contrato ou o desemprego, impedindo-os de planear a sua vida", afirma a CGTP, em comunicado.

De acordo com a intersindical, no protesto promovido pela Interjovem, os manifestantes lutam também "pelo reforço dos serviços públicos e pelo seu investimento e por uma mais justa distribuição da riqueza, face aos escandalosos lucros do grande capital".

INTERNACIONAL

A 2.ª Cimeira das Democracias do Mundo, uma iniciativa do Presidente norte-americano Joe Biden, começa hoje em Washington e nas capitais costa-riquenha, sul-coreana zambiana e neerlandesa, e nela intervirá virtualmente o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

A guerra na Ucrânia será um dos principais temas do encontro de dois dias, juntamente com debates sobre economia, corrupção e luta contra o autoritarismo, entre outros.

A convite de Biden, Zelensky falará hoje sobre a sua visão de uma "paz justa e duradoura" para a Ucrânia, invadida pela Rússia a 24 de fevereiro de 2022, num painel moderado pelo secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, em que participarão chefes da diplomacia de um grupo de países regionalmente diversificado.

Nem a Rússia nem a China figuram entre os 120 países convidados para a cimeira - oito dos quais pela primeira vez, por Washington considerar que fizeram progressos a nível democrático, encontrando-se entre eles as Honduras, a Bósnia-Herzegovina, a Mauritânia e Moçambique.

O primeiro-ministro português, António Costa, irá participar na cimeira através de uma mensagem gravada que irá ser transmitida na quarta-feira.

SOCIEDADE

A Guarda Nacional Republicana (GNR) inicia uma operação de sensibilização junto da comunidade escolar e de fiscalização nas fronteiras terrestres no âmbito das deslocações em viagens de finalistas, anunciou hoje a guarda.

A operação "Spring Break 2023", que se realiza em duas fases, envolve ações de sensibilização junto da comunidade escolar e de fiscalização nas fronteiras de Vilar Formoso, no distrito da Guarda, Caia, em Portalegre, e Vila Real de Santo António, em Faro.

O objetivo da operação é, segundo a GNR, a prevenção de comportamentos de risco por parte da população jovem, que se desloca nesta altura do ano para o sul de Espanha e Catalunha em viagem de finalistas.

O debate instrutório do Caso EDP realiza-se a partir das 10:00, no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), em Lisboa, cerca de 11 anos depois da abertura do inquérito pelo Ministério Público (MP).

Os três arguidos deste processo - o antigo ministro da Economia Manuel Pinho, a sua mulher, Alexandra Pinho, e o ex-presidente do BES, Ricardo Salgado -- tinham pedido a abertura de instrução (fase processual facultativa em que se decide se os indícios são suficientemente fortes para levar os arguidos a julgamento) após ser conhecida a acusação, em 15 de dezembro de 2022.

Contudo, no dia 13 de março, a juíza de instrução Gabriela Assunção decidiu rejeitar todas as diligências pedidas pelas defesas dos arguidos e a audição de 68 testemunhas (36 do ex-presidente do BES, 29 do antigo ministro e três da sua mulher), remetendo o processo diretamente para debate instrutório, no qual serão feitas as alegações do MP e das defesas.

Inicialmente ligada à gestão da empresa elétrica e a alegados favores, a investigação arrancou em 2012 por causa dos Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC).

Em causa estavam suspeitas de corrupção e participação económica em negócio por parte dos antigos administradores António Mexia e Manso Neto para a manutenção do contrato das rendas excessivas, no qual, segundo o MP, teriam corrompido o ex-ministro Manuel Pinho.

No entanto, o MP acabou por separar em dezembro de 2022 os processos, ao centrar-se por agora nas suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais com dinheiros provenientes do Grupo Espírito Santo (GES) relativamente a Manuel Pinho, Alexandra Pinho e Ricardo Salgado.