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Parlamento húngaro ratifica adesão da Finlândia

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Foto Nato

O parlamento da Hungria, controlado pelo partido do primeiro-ministro nacionalista Viktor Orbán, ratificou hoje a adesão da Finlândia à NATO, após meses de hesitações, aproximando o país nórdico um pouco mais da Aliança Atlântica.

Uma ampla maioria dos deputados (182 dos 199) aprovou a entrada de Helsínquia na NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental), ao passo que o caso da Suécia será, segundo o partido Fidesz, no poder, discutido "mais tarde".

Dos 30 Estados-membros da organização, 28 já ratificaram a adesão dos dois países à Aliança Atlântica.

Com a invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro do ano passado, a Finlândia e a Suécia decidiram alterar a sua política de não-alinhamento militar, em vigor desde os anos 1990, ela mesma herdada de décadas de neutralidade imposta ou escolhida, pedindo a adesão à NATO em maio de 2022.

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, deu em meados deste mês 'luz verde' para adesão da Finlândia, que partilha a mais longa fronteira europeia (1.340 quilómetros) com a Rússia, a seguir à Ucrânia. A votação no parlamento poderá realizar-se em breve.

A situação é mais delicada para a vizinha Suécia, que ainda enfrenta objeções de Ancara.

A Turquia acusa em especial a Suécia de ser um refúgio para "terroristas" curdos e de recusar extradições, que são, na prática, decididas pela justiça sueca, não pelo Governo.

Estocolmo está também preocupada com o atraso da decisão da Hungria, apesar do apoio oficialmente demonstrado pelo Governo Orbán.

Na semana passada, o chefe de gabinete do primeiro-ministro húngaro, Gergely Gulyas, considerou existir uma "boa hipótese" de a votação se realizar durante a sessão parlamentar da primavera, que termina a 15 de junho.

Mas o partido Fidesz está a arrastar o processo: já condenou várias vezes as "mentiras" espalhadas pelos políticos suecos sobre o Estado de direito na Hungria, enquanto Viktor Orbán é regularmente acusado pelas organizações internacionais de "deriva autoritária".

Para a oposição húngara, este atraso "serve os interesses" do Presidente russo, Vladimir Putin, com o qual Orbán quer manter relações estreitas, declarou hoje no hemiciclo o deputado Ferenc Gerencser.

Outro motivo de preocupação do lado sueco é que a Hungria está a usar a aprovação da adesão de Estocolmo à NATO como moeda de troca na sua batalha com a União Europeia (UE).

Milhares de milhões de fundos destinados a Budapeste estão atualmente congelados por Bruxelas, aguardando reformas para que o Estado húngaro possa melhor combater a corrupção no país.