Madeira

"Insensatez" dos socialistas madeirenses em destaque no 'Primeira Mão'

Notícia do DIÁRIO que dá conta que Carlos Pereira perde assuntos da Madeira em São Bento motiva contestação ao PS-M

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Carlos Pereira perdeu assuntos da Madeira em São Bento. O ex-líder do PS-M e vice-presidente da bancada há três legislaturas, que acumulou a coordenação económica com as questões regionais, perdeu a ‘pasta’ que passa, agora, para as mãos de Miguel Iglésias.

A notícia foi divulgada na edição de hoje do DIÁRIO e motivou críticas aos socialistas no programa da TSF 'Primeira Mão', emitido esta tarde.

A investigadora e ex-eurodeputada socialista, Liliana Rodrigues, considerou "incompreensível e insensato" o afastamento de Carlos Pereira da coordenação dos assuntos sobre a Madeira, como parece ser pretensão do recém presidente do PS-M

"Carlos Pereira é dos deputados mais influentes do Partido Socialista a nível nacional, tem um currículo político invejável e se calhar, por isso mesmo, é que existe essa pretensão de afastamento", refere Liliana Rodrigues, lamentando que, desde 2019, assista  ao afastamento dos melhores da vida do partido.

"Era bom que se ouvisse mais os militantes. O Presidente deve perguntar não o que é melhor para as ambições de alguns dos seus deputados, mas sim o que é melhor para os madeirenses. O Carlos Pereira é madeirense, conhece bem os dossiers, tem legitimidade e reconhecimento. É o melhor deputado que a Madeira tem na República e representa, claramente, a Madeira. É ele quem se segue para ser apagado do PS Madeira? É assim que querem unir o partido e ganhar a região? Parece que há tipo uma purga. Pessoas que querem participar na vida do partido e o presidente simplesmente não as quer ouvir, nem quer saber delas. Quem não sabe cuidar da sua casa não serve para cuidar de mais nada", refere.

Comportamento pouco digno

Francisco Gomes também destacou o momento presente dos representantes da Madeira na Assembleia República, destacando o contraste entre o clima que se vive no grupo parlamentar do PSD e o que se vive no grupo parlamentar do PS.

“No PSD-Madeira, a maior presença de Sérgio Marques na comunicação social é uma excelente notícia. Dado o seu percurso político, a sua experiência, a sua capacidade de comunicação e a capacidade com que consegue estabelecer um elo de confiança com os eleitores, Sérgio Marques trouxe seriedade e clareza no discurso e na postura do grupo parlamentar do PSD-Madeira na República, algo que faltava e que há muito prejudicava a imagem e a prestação parlamentar dos sociais-democratas. Penso que, com o Sérgio Marques, o PSD-Madeira está excelentemente servido e a sua liderança do grupo parlamentar trará bons resultados, não só para a imagem do PSD-Madeira na República, mas também para a defesa dos interesses da Madeira na capital. Já no grupo parlamentar do PS-Madeira, vive-se o oposto", salienta o politólogo.

Julga ainda que  a "maneira muito pouco correcta e digna" com que o deputado Carlos Pereira está a ser afastado e apagado da vida do grupo parlamentar e do partido confirma três situações diferentes:  "Primeiro, o partido não percebeu que é a ele (e só a ele) que deve os resultados que obteve nas legislativas nacionais, conseguidos num ano de imensa instabilidade e que até levou à demissão do seu presidente, que é hoje secretário de estado. Segundo, o PS-Madeira não consegue conter a sua tendência auto-fágica, que há muito o impede de ser uma oposição de verdade e que o leva a procurar denegrir, apagar e afastar os seus melhores quadros, tal como o estão a fazer agora com Carlos Pereira, mas como já fez antes com pessoas como a Liliana Rodrigues.  Por fim, parece deprimentemente claro que o PS-Madeira está a converter-se, de forma gradual mas firme, num projecto de poder de um punhado de pessoas, todas as quais procuram resolver a sua vida e conquistar o maior protagonismo possível. Não é assim que chegam a lado algum, e, mesmo que consigam conquistar para si certas posições, fazem-no à custa da integridade do partido, cada vez mais pequeno e mais insignificante na conjuntura regional.” 

Investigação do DIÁRIO elogiada

Embora atenta à mais recente briga socialista, a advogada Sara Madalena destaca esta semana o saldo natural que é o mais negativo desde há cinquenta anos e as repercussões desse facto no médio longo prazo, nomeadamente na sustentabilidade do sistema de reformas e pensões, o que a leva a chamar à atenção para as responsabilidades governamentais, sobretudo para a classe média, fundamento do financiamento do Estado e que não beneficia de apoios nos pagamentos das mensalidades das creches, abonos ou escalões.

Também enfatizou, com agrado, a reportagem de investigação histórica, publicada no DIÁRIO a 25 de Abril, sobre a Revolta do Leite, da autoria do jornalista Élvio Passos, ansiando por mais peças do género que "tanta falta fazem para o nosso enriquecimento cultural e histórico numa altura em que parece se pretende anestesiar a população com reality shows que desviam o foco do que realmente importa: pensar".