As uvas mais caras da Europa

Começa a ser demasiado ridícula a visão que o PS Madeira tenta impor da agricultura madeirense, em particular no sector da viticultura, o qual me diz respeito.

Há umas semanas o líder socialista madeirense, que tenta cativar todo o tipo de atenções, afirmou que o sector da vinha precisa de ser reestruturado, que os solos deviam ser protegidos e que o preço pago aos produtores não compensa os custos do trabalho.

Ora, a teoria da desgraça, que só convence quem anda demasiado desatento, cai por terra com os números e com os valores que são conhecidos, por exemplo no Porto Santo, onde o preço das uvas atingiu números que eram impensáveis há uns anos, à volta dos 4 euros por quilo.

São as uvas mais caras da Europa, a seguir às regiões de Champanhe e Borgonha, afirmou o enólogo António Maçanita, que tem um projeto vitivinícola no Porto Santo. Isto diz bem do crescimento de um sector que, naturalmente e sem rodeios, precisa de alguns reajustamentos, de viticultores mais preparados para uma nova realidade e de um maior acompanhamento por parte dos operadores económicos.

Mas esta opinião pessoal não me impede, também, de afirmar que os vinhos de mesa da Madeira têm vindo a ganhar peso e dimensão, ainda que continuem longe do valor do Vinho Madeira, porque a procura começa a superar a oferta. E, neste particular, saúdo o trabalho que tem vindo a ser realizado pelo Governo Regional, na valorização das castas e vinhos regionais.

Há, no entanto, que esbater o lado cultural. Os madeirenses precisam de começar a acreditar mais nos nossos vinhos de mesa, precisam de os conhecer e de os aconselhar sem vergonha a quem nos visita. São mais caros? Naturalmente que são. Porque são diferentes e as nossas produções não têm a dimensão de outras regiões.

Basta acreditar, como está a acontecer no Porto Santo.

Alexandra Teixeira