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Dois jornalistas mortos no México nas últimas 24 horas

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Procuradores mexicanos disseram que dois jornalistas foram mortos nas últimas 24 horas, elevando para três o número de repórteres assassinados em 2021 no país, encontrando-se outros dois desaparecidos.

O gabinete do procurador no estado de Oaxaca disse, na quinta-feira, que o jornalista Sánchez Cabrera andava de motocicleta com outra pessoa numa estrada rural quando foi alvo de um ataque a tiro.

Uma fonte próxima do caso e que pediu para não ser identificada disse que Sánchez Cabrera tinha sido ferido num atentado à porta de casa no ano passado, e pedira proteção ao abrigo de um programa federal que, por vezes, fornece câmaras ou segurança policial aos jornalistas atacados ou ameaçados.

O repórter tinha sido tecnicamente aceite no programa, mas ainda não tinha recebido qualquer proteção, de acordo com a mesma fonte.

O representante mexicano para o Comité de Proteção dos Jornalistas, Jan-Albert Hootsen, disse que o caso de Sánchez Cabrera mostrou que "nada mudou" para os repórteres no México, apesar das promessas do Governo de impedir os assassínios.

Grupos de imprensa disseram que nove jornalistas foram mortos no México em 2020, o que o torna no país mais perigoso para os repórteres fora das zonas de guerra.

"O Governo foi claramente negligente nas suas responsabilidades", disse Hootsen.

A organização não governamental internacional Repórteres Sem Fronteiras exigiram "uma investigação minuciosa das ameaças e dos ataques que [Cabrera] tinha relatado anteriormente relacionados com o trabalho como jornalista", acrescentando lamentarem que os mecanismos de proteção não tenham funcionado.

Também na quinta-feira, o gabinete dos procuradores no estado do México, que faz fronteira com a Cidade do México, disse que o jornalista Enrique Garcia foi morto na quarta-feira à noite no município de Metepec, a oeste da capital.

Garcia trabalhava como jornalista, mas, na noite em que foi morto, parecia estar a trabalhar como motorista de uma aplicação de transporte, com os procuradores a não descartarem a hipóteses de ter sido morto num assalto.

Pelo menos dois jornalistas desapareceram este ano no estado fronteiriço de Sonora e, em maio, o jornalista Benjamín Morales Hernández foi raptado e morto em Sonora. Hernández chefiava um 'site' de notícias comunitárias.