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Pedidos de ajuda à Deco sobre fatura de energia subiram 61% no 1.º trimestre

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A associação de defesa do consumidor Deco recebeu no primeiro trimestre deste ano 1.418 pedidos de ajuda sobre a fatura de energia, um aumento homólogo de 61%, havendo casos de subidas de 80 para 200 euros na fatura mensal.

O aumento de pedidos registado está associado, segundo referiu à Lusa, Carolina Gouveia, jurista da Deco, à subida do consumo de eletricidade nestes primeiros três meses do ano, nomeadamente à utilização de equipamentos de aquecimento pelo facto de as famílias estarem mais em casa devido ao confinamento e às temperaturas mais baixas que se registaram, sobretudo em janeiro.

"Este aumento está muito relacionado com o inverno mais frio, com as medidas de confinamento e a necessidade de ficarmos mais tempo em casa, até por causa do teletrabalho, e tudo isso levou a faturas de energia mais elevadas", afirmou Carolina Gouveia, lembrando que segundo os dados da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) o consumo doméstico de eletricidade aumentou 31% em janeiro face ao mesmo mês do ano passado.

Os dados mostram que a energia esteve na origem de 2.079 pedidos de ajuda de consumidores junto da Deco durante o primeiro trimestre do ano passado, 883 dos quais devido às faturas. Este ano, entre janeiro e março, estes contactos aumentaram para 3.128, sendo que quase metade (1.418) estavam relacionados com faturação.

"Na Deco recebemos denúncias de famílias que receberam faturas de eletricidade de 200 euros para um mês de consumo, quando o valor médio que costumavam pagar seria de 80 euros, o que se deve sobretudo à utilização de soluções de aquecimento que, não sendo as mais eficientes, gastam muita energia", refere a associação de defesa do consumidor em comunicado.

Com o objetivo de ajudar as famílias a gerir os seus consumos de energia, a Deco criou em novembro do ano passado o Gabinete de Aconselhamento de Energia (GAE) onde uma equipa de mais de três dezenas de técnicos informa e ajuda os consumidores a melhorar a eficiência energética da casa, a compreender o funcionamento do mercado de energia ou a recorrer a mecanismos de apoio em situação de pobreza energética.

"O atendimento é gratuito e o que tentamos fazer é uma análise muito completa sobre o que se passa na casa do consumidor, para perceber o rendimento que tem, que tipo de equipamentos tem em casa e se esta tem problemas de infiltrações ou humidade", precisou a jurista.

Depois do diagnóstico, os técnicos do GAE estão disponíveis para recomendar soluções que podem ajudar a reduzir a fatura de eletricidade e que podem passar de coisas simples, como calafetar as janelas ou mudar para lâmpadas 'led', ou por mudanças mais de fundo, como uma renovação das janelas, procurando ainda, referiu, perceber se há apoios disponíveis e ajudar na respetiva candidatura.

Carolina Gouveia disse ainda que a maior parte dos contactos recebidos nestes primeiros três meses partiram de consumidores que, perante o aumento do valor faturado, pretendiam saber se o mesmo estava correto ou teria erros, havendo uma parte mais reduzida que não consegue pagar o valor de uma vez só e pede ajuda para conseguir um plano a pagamento a prestações.

A Deco assinala também que o apoio extraordinário sobre a fatura de eletricidade, lançado pelo Governo, que teve por base uma redução de 10% da tarifa, é "meritório", mas "diminuto" "face ao aumento de consumo verificado".