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Portugal continuará a trabalhar na coordenação da resposta à pandemia

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A presidência portuguesa da UE tem trabalhado e continuará a trabalhar na coordenação da resposta europeia à pandemia, tendo colocado o fornecimento de vacinas "no centro da agenda europeia", afirmou à Lusa o ministro dos Negócios Estrangeiros.

"A presidência portuguesa tem colocado o tema do fornecimento das vacinas no centro da agenda europeia", afirmou Augusto Santos Silva numa resposta por escrito à Lusa, que o questionou sobre se a presidência portuguesa iria tomar alguma iniciativa no âmbito do processo de vacinação na União Europeia.

O ministro apontou que a presidência portuguesa do Conselho da UE promoveu já o debate sobre o fornecimento de vacinas em duas reuniões por videoconferência dos líderes europeus, em duas reuniões informais de ministros da Saúde e em várias reuniões de nível técnico e diplomático.

"Nos próximos meses, a presidência portuguesa continuará a trabalhar no sentido de coordenar a resposta conjunta da UE à pandemia de covid-19 promovendo o debate a nível político, técnico e diplomático entre os Estados-Membros", acrescentou.

Numa altura em que persistem problemas na produção e entrega de fármacos como o da AstraZeneca, cuja utilização foi suspensa nalguns países esta semana, e em que países como a Alemanha, França, Itália e Espanha anunciaram contratos para a produção da vacina russa Sputnik V, ainda em análise pela Agência Europeia do Medicamento (EMA), Santos Silva reafirmou a posição portuguesa "de adquirir [vacinas] através do mecanismo de compras europeu".

Questionado sobre como pode o processo de vacinação europeu ser acelerado por forma a cumprir a meta estabelecida pela Comissão Europeia de vacinar 70% da população adulta da UE até ao fim do verão, o ministro destacou os trabalhos que estão a ser desenvolvidos pela 'task-force' para aumentar a produção industrial de vacinas contra a covid-19, criada em fevereiro pelo executivo comunitário.

Essa 'task-force', precisou, está nomeadamente a trabalhar para "ajudar a indústria farmacêutica europeia a aumentar a capacidade de produção", "apoiar a aceleração e aumento da produção de vacinas, reforçando a participação de empresas e ecossistemas da UE nas cadeias de valor" e "acelerar as conexões entre investigadores de vacinas e empresas de serviços, como fabricação e desenvolvimento, enchimento e acabamento, produtores de equipamentos, etc".

Augusto Santos Silva saudou ainda o novo plano da Comissão Europeia para detetar novas variantes da covid-19 e acelerar a aprovação e produção mais eficaz de vacinas capazes de as combater -- a "Incubadora Hera", precursora da futura Autoridade Europeia de Preparação e Resposta a Emergências de Saúde.

"Esta iniciativa -- referiu - reunirá investigadores, empresas biotecnológicas, fabricantes e autoridades públicas da UE e a nível mundial para detetar novas variantes do coronavírus, incentivar o desenvolvimento de vacinas novas e adaptadas, acelerar o processo de aprovação destas vacinas e assegurar o aumento das capacidades de produção, colocando a Europa no caminho certo para enfrentar o futuro".