Coronavírus Madeira

Madeira novamente sem indicador de transmissibilidade da covid-19

O Laboratório Nacional Dr. Ricardo Jorge voltou a não calcular o R(t) da Região

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Esta situação deve-se ao elevado número de casos reportados pela Madeira na plataforma SINAVE.

O Instituto Nacional de Saúde  Dr. Ricardo Jorge (INSA) voltou a não considerar a Madeira nas estimativas da curva epidémica da infecção por SARS-CoV-2, bem como nas estimativas dos parâmetros de transmissibilidade R0 (número básico de reprodução) e R(t) (número de reprodução efectivo em função do tempo. 

No relatório semanal divulgado esta tarde, volta a surgir a nota de que "não são apresentados os resultados da Região Autónoma da Madeira (RAM) devido à introdução de um elevado número de notificações em atraso na base de dados do SINAVE". Esta situação, conforme referem, "impede uma interpretação correcta dos resultados".

O INSA dá conta, também, de que assim que esta situação estiver ultrapassada, será retomado o cálculo do R(t) para a Região.

Por força desta situação, "o R(t) nacional poderá estar inflaccionado", alerta, ainda, o INSA. 

De acordo com o referido relatório, todas as regiões de Portugal continental apresentam um índice de transmissibilidade (Rt) do vírus SARS-CoV-2 abaixo de 1. Os Açores regista um R(t) de 1,20, indicou, hoje, o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.

Segundo o relatório do INSA sobre a curva epidémica da infecção pelo novo coronavírus, no período entre 10 e 14 de Março, ainda antes do início da actual fase de desconfinamento, o valor médio do Rt -- o número de casos secundários de covid-19 resultantes de uma pessoa infectada -- foi de 0,86 no país.

Este valor de 0,86 é superior ao Rt médio divulgado nos anteriores cinco relatórios semanais: 0,73 a 12 de Fevereiro, 0,66 a 19 de Fevereiro, 0,68 a 26 de Fevereiro, 0,71 a 05 de Março e 0,80 a 12 de Março.

De acordo com os dados hoje divulgados, desde 10 de Fevereiro que se verifica a estabilização do Rt com um "ligeiro aumento" de 0,61 para os 0,89 registados a 14 de Março, o que sugere que se está perante um "desacelerar da tendência de decrescimento da incidência" do vírus SARS-CoV-2.

Por regiões, no período entre 10 e 14 de Março, o Norte apresentou um Rt de 0,85, o Centro de 0,86, Lisboa e Vale do Tejo de 0,81, o Alentejo de 0,82, o Algarve de 0,84 e os Açores de 1,20.

De acordo com o INSA, Portugal apresenta ainda uma taxa de notificação acumulada de 14 dias entre os 60 e os 119,9 casos por 100 mil habitantes, com todas as regiões do país abaixo dos 120.

Estes indicadores -- o índice de transmissibilidade do vírus e a taxa de incidência de novos casos de covid-19 -- são os dois critérios definidos pelo Governo para a avaliação continua que está a ser feita do processo de desconfinamento que se iniciou segunda-feira.

Na apresentação do plano de desconfinamento, o primeiro-ministro, António Costa, avisou que as medidas da reabertura serão revistas sempre que Portugal ultrapassar os 120 novos casos por dia por 100 mil habitantes a 14 dias ou sempre que o Rt ultrapasse o 1.