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UE faz relatório sobre eleições de hoje na Venezuela

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A Missão de Observação Eleitoral da União Europeia (MOE-UE) vai elaborar um relatório rigoroso sobre as regionais e municipais de hoje na Venezuela, usando uma metodologia aplicada há 20 anos, disse a chefe da MOE-EU.

"Hoje por toda a Venezuela há 130 observadores da União Europeia que observam estas eleições regionais e locais. Contamos com este grupo de observadores para cobrir cerca de mil mesas de voto nestas eleições, numa observação que é desenvolvida segundo uma metodologia que aplicamos há cerca de 20 anos nos mais diversos países do mundo", afirmou.

Isabel Santos falava à Lusa, em Caracas, onde vai observar vários centros eleitorais, entre eles a Escola Básica Nacional António Ordóñez, em Palo Verde (leste), e o Instituto Ciclo Diversificado Fermín Toro, em El Silêncio (centro), nas proximidades do palácio presidencial de Miraflores.

"É uma das maiores missões da União Europeia, sobretudo nos últimos tempos em que as missões têm sido mais reduzidas. Pode-se esperar um relatório rigoroso, segundo uma metodologia muito testada, e um relatório muito claro", disse.

A eurodeputada portuguesa sublinhou ainda que a MOE-EU "é uma missão independente imparcial e neutral e nesse relatório haverá com certeza conclusões e recomendações face a futuros atos eleitorais".

"Os nossos observadores têm um formulário que é preenchido durante toda a observação. Por isso a observação é muito criteriosa e segundo parâmetros muito precisos. Esse formulário será devidamente preenchido, e ser-nos-á remetido como o relatório", frisou Isabel Santos.

"Tudo o que sair fora do formulário e que deva ser reportado tem um campo onde é reportado e depois esses formulários chegam à missão central e é feito o devido tratamento desses formulários para termos dados mais quantitativos e também qualitativos", explicou.

Questionado sobre a relação com as autoridades locais, Isabel Santos precisou que "até agora tem sido um relacionamento impecável sem qualquer tipo de nota a colocar".

Por outro lado, sobre as eleições regionais e municipais venezuelanas registarem tradicionalmente uma baixa participação, a responsável considerou: "eu não sei qual será o nível de abstenção ou não será, por isso não vou fazer futurologia política".

"A única coisa que posso dizer é que nós não costumamos observar eleições regionais e locais, só observamos eleições nacionais, mas entendendo o momento político que a Venezuela atravessa e o facto de os diferentes intervenientes na discussão (diálogo entre o Governo e a oposição) que tem decorrido no México terem manifestado vontade e interesse que a União Europeia estivesse presente, estamos presentes neste momento", disse a chefe dos observadores.

Isabel Santos lembrou que "além disso, fomos convidados pelo Conselho Nacional Eleitoral" da Venezuela.

Sobre os preparativos para a observação local, nomeadamente perante a escassez local de falta de combustível, a portuguesa explicou que a logística é sempre adaptada às circunstâncias de cada país.

"Tivemos que ter uma logística apropriada, uns bidões de gasolina, mas isso tem a ver com a circunstância neste país. Como noutros países com circunstâncias diversas, temos que também ter uma logística adaptada. As nossas logísticas são sempre adaptadas de missão para missão, conforme a situação que se vive no país", disse.

A eurodeputada explicou: "aqui os observadores tiveram que levar um 'jerrycan' no tejadilho, mas isso tem a ver com a possibilidade de haver uma falha de gasolina e temos que ter as equipas prevenidas para responder a tudo e para chegarem ao local".

"Prevenimos sempre. A nossa logística sempre adaptada para prevenção de qualquer tipo de ocorrência", concluiu.

Os venezuelanos vão hoje às urnas para eleger as autoridades que, nos próximos quatro anos, vão dirigir os 23 estados e os 3.082 candidatos que exercerão funções em 335 municípios do país.

No terreno, a acompanhar as eleições vão estar, entre outras, missões de observação eleitoral da ONU, do Centro Carter e da UE.

O Conselho Nacional Eleitoral venezuelano indicou que foram apresentadas 70.244 candidaturas.

A Venezuela tem uma população de 33.192.835 cidadãos, dos quais 21.159.846 estão registados como eleitores.