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Eurodeputada portuguesa chefia missão de observação da UE às eleições de domingo

Foto EPA/MIGUEL GUTIERREZ
Foto EPA/MIGUEL GUTIERREZ

A Missão de Observação Eleitoral da União Europeia (MOE-EU) às eleições regionais e municipais de domingo na Venezuela prevê verificar mais de mil mesas eleitorais, em todos os estados, disse à Lusa a eurodeputada portuguesa que chefia a Missão.

"Cobriremos todos os estados. Haverá uma cobertura de observação de muito mais de mil mesas eleitorais", disse à Lusa Isabel Santos, eurodeputada socialista portuguesa que se encontra na Venezuela desde 16 de novembro, para assistir à jornada de votação de 21 de novembro e apresentar posteriormente o relatório preliminar da observação.

Hoje, segundo explicou, foram distribuídos "33 observadores de curto prazo, pelos diferentes Estados da Venezuela" que "vão juntar-se aos 44 observadores de longo prazo" que já estão no país.

Estes observadores já estão a cobrir 22 estados da Venezuela e "só ficou de fora o estado de Amazonas porque só iremos a Amazonas no dia da eleição, no dia 21, por questões de segurança", explicou.

"No dia 23 (de novembro, 2 dias depois das eleições) apresentaremos um relatório preliminar sobre a observação destas eleições. No final de janeiro, inícios de fevereiro, apresentaremos o relatório final", explicou.

Questionada sobre se há diferenças entre a missão atual de observação na Venezuela em relação a outras missões feitas pela UE, explicou que a dimensão é maior do que tem sido prática.

"Esta é uma missão, exatamente igual a todas as outras missões da União Europeia. (No entanto) Tem um número maior de membros do que o que é habitual, pelo menos nos últimos anos", disse.

Isto, explicou, "porque o território é bastante exigente, a cobertura territorial é bastante exigente e também o nível demográfico do país assim aconselha".

Isabel Santos sublinhou ainda que na MOE-UE "há mais portugueses", a observar o processo eleitoral venezuelano.

"Nesta Missão, há mais portugueses a participar. Tenho tido a oportunidade de me encontrar com eles o que é para mim, como devem perceber, muito reconfortante", frisou.

As eleições regionais e municipais na Venezuela registam tradicionalmente uma alta abstenção e o envio da missão tem lugar depois de a União Europeia ter declinado um convite para estar presente nas legislativas de 2020, por considerar que "não cumpria as condições para um processo eleitoral transparente, inclusivo, livre e justo".

Segundo o Conselho Nacional Eleitoral, foram apresentadas 70.244 candidaturas.

A Venezuela tem uma população de 33.192.835 cidadãos, dos quais 21.159.846 estão registados no sistema eleitoral.

Em declarações à imprensa na Venezuela, Isabel Santos explicou que tudo está a decorrer como planificado e mostrou-se surpreendida com afirmações de que a MOE-UE poderia ter já preparado um relatório sobre a observação das eleições.

"Até agora não recebemos notícias sobre nenhuma dificuldade, tudo está a desenvolver-se dentro do planificado e continuamos a observar o processo até 21 de novembro, até ao final. Não viemos com nenhum relatório preparado, essa é a grande dificuldade desta Missão", disse.

"Estamos aqui, observaremos até ao final e produziremos um relatório com base em todos os relatórios que nos transmitam os observadores", vincou a eurodeputada.

"Só no final é que se fará relatório. Esses tipos de afirmações são estranhas para mim (...) eu própria não tenho a visão do que acontecerá", vincou.