Madeira

Albuquerque avisa candidatos nacionais do PSD que "não há almoços grátis" na Madeira

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O presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, afirmou, esta tarde, que não está "nada preocupado" com quem vai ser líder nacional do seu partido, mas avisou que "qualquer candidato que queira ter o apoio do presidente do PSD-Madeira vai ter que assumir compromissos claros relativamente àquilo que são os direitos dos madeirenses", designadamente a garantia de meios ou instrumentos que garantam o desenvolvimento do arquipélago. "Nenhum candidato, enquanto eu for líder do PSD-Madeira, tem almoços grátis. Não há nenhum almoço grátis", avisou, no encerramento das jornadas parlamentares do PSD e CDS, que decorreram no auditório da reitoria da Universidade da Madeira.

Perante a plateia de deputados social-democratas e centristas, Albuquerque defendeu que a Região tem de se "emancipar do desastre" que é o país na governação socialista e queixou-se do executivo de António Costa: "Nós fomos vigarizados durante 6 anos por promessas nunca cumpridas. Acabou o tempo das fantasias". Lembrou que está a suportar custos de funções de soberania que deveriam ser garantidos pelo Estado, dando o exemplo do financiamento dos subsistemas de saúde para militares e polícias em serviço no arquipélago. Também disse que tem "a receber perto de 40 milhões de euros de impostos que foram cobrados na Madeira e nunca foram devolvidos".

Quanto à forma como PSD e CDS da Madeira se vão apresentar a eventuais eleições legislativas nacionais antecipadas, depois de no início desta semana ter referido que o habitual era haver listas separadas, hoje fez uma declaração que parece admitir uma lista conjunta: "As decisões que tomarmos com estas legislativas serão sempre equacionadas no quadro dos partidos tendo em vista a maximização dos apoios que nós conseguimos aqui na Madeira. Neste momento temos a cooperação e a confiança suficientes para pensarmos numa solução que sirva a Madeira, que leve à Assembleia da República com uma maioria clara de deputados para termos força para reivindicar aquilo que é necessário e fundamental para o futuro da Madeira".

Tanto o líder parlamentar do PSD, Jaime Filipe Ramos, como o do CDS, Lopes da Fonseca, realçaram o entendimento e cooperação que tem havido na coligação parlamentar que suporta do Governo Regional. O primeiro descreveu as jornadas parlamentares conjuntas como "um momento de família" e o segundo referiu que "o futuro da Região está cimentado nesta boa coesão". Lopes da Fonseca lembrou que a solução de governo nos Açores é muito diferente, pois envolve 3 ou 4 partidos e "as coisas não funcionam bem".

Jaime Filipe Ramos disse que os próximos anos serão marcados pelos investimentos financiados pelos apoios europeus do quadro 'Next Generation' e defendeu que os deputados madeirenses devem fazer "acção directa", com o acompanhamento da implementação dos projectos no terreno, pois " acção do parlamento não tem barreiras".