Eleições Presidenciais Madeira

Debates nas televisões desiludem

Jaime Filipe Ramos, Paulo Cafôfo e Edgar Silva pronunciam-se sobre se o momento mediático fez crescer interesse pelas Presidenciais

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A pré-campanha para as presidenciais foi ensombrada pela pandemia de covid-19, que irá condicionar fortemente as próximas duas semanas, e segundo os politólogos só aqueceu com os debates televisivos entre os sete candidatos.

.Mas será mesmo que os debates nas televisões fizeram crescer interesse pelas Presidenciais? Jaime Filipe Ramos, Paulo Cafôfo e Edgar Silva respondem ao desafio colocado pelo DIÁRIO.

"Nem uma palavra sobre a Autonomia"

Os debates televisivos deviam dar maior visibilidade aos candidatos e clarificar ideias, no entanto, estes sucessivos debates têm sido caracterizados por registos demasiado pessoais e pouco elucidativos. Muitas vezes, distantes da postura e da responsabilidade do cargo que tanto ambicionam. Os debates com os supostos candidatos da esquerda têm se revelado supérfluos, pois pouco ou nada os distinguem. Já os debates com os supostos candidatos de direita têm sido mais vigorosos, mas também pouco esclarecedores. Lamento que até hoje, nenhum candidato tenha tido uma palavra e um compromisso com as Regiões Autónomas e com o futuro da nossa Autonomia. Este modelo de debate e esta campanha atípica e condicionada favorece largamente o atual Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, que não tem tido adversários à altura. Numa eleição que corre risco de atingir o recorde de abstenção, o que seria um péssimo sinal para a nossa democracia e uma fragilidade à legitimidade do próximo Presidente da República. Jaime Filipe Ramos, líder do grupo parlamentar do PSD-M

"Muitos têm resvalado para o insulto"

Em plena pandemia, em que não há possibilidade de uma campanha tradicional, de rua, de contato direto com os eleitores, os debates presidenciais ganharam uma importância acrescida pois foram das poucas oportunidades que os diversos candidatos tiveram tempo de antena, e onde estamos a ter oportunidade de os ouvir e as ideias que os representam. Alguns debates têm sido vivos, outros nem tanto, muitos têm resvalado para o insulto pessoal, em particular os em que participa o candidato da extrema-direita, e julgo que têm sido úteis para consolidar o que os portugueses pensam de cada um dos candidatos. Creio que Marcelo Rebelo de Sousa têm demonstrado uma grande solidez argumentativa, têm demonstrado uma ideia clara do que pensa que deve ser o caminho do País. Como todos os presidentes que o antecederam tomou boas e más decisões ao longo do seu mandato, mas tenho a convicção que a sua reeleição é a melhor opção para Portugal, para a estabilidade política, e para continuarmos o combate e resistência a esta terrível pandemia que vivemos. Paulo Cafôfo, presidente do PS-M

"Não serão capazes de ajudar a superar o poder do medo"

As eleições de 2021 para a Presidência da República em Portugal ficarão na memória pela relevância dos debates nas televisões e, através deles, de forma conexa nas ‘redes sociais’. Ajudarão na formação da consciência coletiva de que acontecerá o ato eleitoral. No entanto, há o medo e a sua disseminação estratégica, como dispositivo biopolítico. Por isso, aqueles debates não serão capazes de ajudar a superar o poder do medo instalado na sociedade, nem conseguirão impulsionar a maioria dos eleitores a sair de casa para votar no dia 24 de janeiro. Este deveria ser motivo de grande inquietação. Edgar Silva,  candidato presidencial em 2016

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