Exportações caem 11,3% e importações sobem 2,8% em Julho
As exportações de bens recuaram 11,3% e as importações aumentaram 2,8% em julho, em termos homólogos, acumulando uma subida de 0,7% e 6,3% desde o início do ano, divulgou hoje o INE.
Como resultado, o défice da balança comercial de bens agravou-se em 1.173 milhões de euros em julho face ao mesmo mês do ano anterior, atingindo os 3.293 milhões de euros, avança o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Nos primeiros sete meses do ano, o défice acumulado ascendeu a 18.224 milhões de euros, um agravamento de 3.602 milhões em termos homólogos.
No entanto, excluindo as transações sem transferência de propriedade (TTE, ou seja, com vista a ou na sequência de trabalhos por encomenda), o défice acumulado da balança comercial de bens totalizou 17.982 milhões de euros, um agravamento de 2.390 milhões face ao período homólogo.
Quando excluídas estas transações, as importações recuaram 0,5% no acumulado dos primeiros sete meses do ano (-0,3% no mesmo período de 2024) e as importações subiram 3,6% (-0,5% de janeiro a julho de 2024).
Considerando apenas o mês de julho e excluídas as transações TTE, observaram-se ligeiras subidas em ambos os fluxos: 0,3% nas exportações e 0,2% nas importações (+2,3% e +5,0%, pela mesma ordem, em junho).
Excluindo os "combustíveis e lubrificantes", o decréscimo das exportações em julho foi "ligeiramente menor" (-10,2%; +2,3%, em junho de 2025), em resultado de uma "diminuição menos expressiva" nas transações desta categoria de produtos.
Segundo o INE, em julho, os índices de valor unitário (preços) continuaram a registar variações negativas, de -1,8% nas exportações e -2,9% nas importações (-1,5% e -2,1%, respetivamente, em junho de 2025; +0,5% e -2,1% em julho de 2024, pela mesma ordem).
Excluindo os produtos petrolíferos, a variação foi também negativa: -0,7% (-0,5%, em junho de 2025; variação nula em julho de 2024) nas exportações e -1,5% (-0,7% em junho de 2025; -3,6% em julho de 2024) nas importações.
Em cadeia, as exportações aumentaram 6,5% em julho (-6,1% em junho de 2025), enquanto as importações subiram 15,8% (-13,6% em junho de 2025).
Já considerando o trimestre terminado em julho de 2025, as exportações diminuíram 3,4% em relação ao período homólogo (-1,3%, no segundo trimestre de 2025). No entanto, quando excluídas as transações TTE, registou-se um acréscimo de 1,2% (-1,7%, no segundo trimestre deste ano).
Neste mesmo período de três meses, as importações aumentaram 6,6% em termos homólogos (+6,6% no segundo trimestre de 2025). Excluindo as transações TTE, o aumento das importações no trimestre terminado em julho deste ano foi menor, +3,3% (+2,2% no trimestre terminado em junho de 2025).
Analisando os produtos exportados em julho, o INE destaca o decréscimo das transações de "fornecimentos industriais" (-29,3%), maioritariamente produtos "químicos" exportados para a Alemanha e para os EUA, correspondentes, sobretudo, a transações TTE.
Excluídas estas transações sem transferência de propriedade, as exportações de "fornecimentos industriais" apresentaram um "acréscimo ligeiro" de 0,4%.
Em sentido contrário, o INE assinala o acréscimo das exportações de "material de transporte" (+17,8%), maioritariamente "veículos e outro material de transporte", que diz ter impedido uma "descida mais acentuada das exportações totais".
Tendo em conta os principais países parceiros de 2024, salienta-se em julho o decréscimo das exportações para a Alemanha (-46,4%) e para os EUA (-37,1%), essencialmente produtos "químicos".
Já nas importações, em julho aumentaram as compras de "fornecimentos industriais" (+8,1%), maioritariamente produtos "químicos" importados da Irlanda, correspondentes sobretudo a transações TTE. Excluídas estas transações, as importações de bens da categoria de "fornecimentos industriais" diminuíram 0,8%.
O INE salienta ainda os acréscimos das importações de "material de transporte" (+15,2%), sobretudo "automóveis de passageiros" provenientes da Alemanha, e de "bens de consumo" (+9,3%), principalmente de Espanha.
Em sentido contrário, aponta o decréscimo nas importações de "combustíveis e lubrificantes" (-29,4%), maioritariamente "óleos brutos de petróleo", refletindo descidas de preços (-13,3%) e também em volume (-18,5%)
Quanto aos países parceiros, salienta-se o acréscimo das importações provenientes da Irlanda (+76,3%), evidenciando-se os "fornecimentos industriais", nomeadamente produtos "químicos", correspondendo em grande parte a transações TTE. Contudo, quando excluído este tipo de transações das importações provenientes da Irlanda, o aumento foi de apenas 9,4%.
Destaque também para Espanha, que registou um acréscimo de 6,1%, essencialmente de "bens de consumo" e de "produtos alimentares e bebidas".
Em julho, os "combustíveis e lubrificantes" representaram 13,9% do défice da balança comercial de bens (20,3% em junho de 2025; 31,7% em julho de 2024), pelo que o défice da balança comercial de bens expurgado do efeito destes produtos totalizou 2.835 milhões de euros, correspondendo a agravamentos de 1.387 milhões face a julho de 2024 e de 986 milhões em relação ao mês anterior.