Há um ano decorria uma mega-operação da PJ na Madeira
A 17 de Setembro de 2024 foram detidas oito pessoas, incluindo o presidente da Câmara Municipal da Calheta, por suspeitas de criminalidade económica e financeira
Não é preciso recuar muito no tempo para encontrar o acontecimento mais marcante registado a 17 de Setembro, na Madeira, nas últimas décadas. Com efeito, há um ano a Madeira 'acordava' com uma mega-operação de uma equipa de inspectores da Polícia Judiciária (PJ), acompanhada de um magistrado do Ministério Público, que fez 25 buscas em vários organismos na Madeira. Estava lançada a 'primeira pedra' da operação “AB INITIO”.
Em 17 de Setembro de 2024 foram detidas oito pessoas na Madeira, nomeadamente o presidente da Câmara Municipal da Calheta e da Associação de Municípios da Madeira, Carlos Teles, o ex-secretário da Agricultura e Pescas Humberto Vasconcelos, o presidente do Instituto de Administração de Saúde da Madeira, Bruno Freitas, os empresários Humberto Drumond e Miguel Nóbrega, o antigo diretor da Agricultura e Desenvolvimento Regional Paulo Santos e duas funcionárias deste mesmo departamento do Governo Regional.
Sete detidos na operação 'AB INITIO' que motivou 43 mandados de buscas na Madeira
Foram detidos autarcas, empresários, funcionários públicos, titulares de cargos políticos e de altos cargos públicos.
Bruno Freitas, presidente do IASaúde, é o oitavo detido pela PJ na Madeira
O nome do alto gestor público junta-se aos nomes de Humberto Vasconcelos, Carlos Teles, Paulo Santos, Humberto Drumond, Miguel Nóbrega e ainda duas funcionárias públicas
Na altura, a Polícia Judiciária (PJ) informou que tinha sido desenvolvida uma operação na Madeira relacionada com suspeitas de criminalidade económica e financeira que denominou “AB INITIO”, a qual mobilizou 110 elementos da PJ, quatro procuradores do Ministério Público, dois juízes do Tribunal Judicial do Funchal e seis elementos do Núcleo de Assessoria Técnica.
Em causa estavam suspeitas dos crimes de participação económica em negócio, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, prevaricação e financiamento proibido de partidos políticos.
Segundo a PJ, esta investigação foi desencadeada em 2020 pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção e pelo Departamento de Investigação Criminal da Madeira, e incidiu “sobre condutas consideradas como criminalidade altamente organizada”.
Mega-operação da PJ faz 25 buscas em vários organismos na Madeira
Estão em causa os crimes de participação económica em negócio, recebimento indevido de vantagem, financiamento partidário e prevaricação
A operação visou a execução de mandados de detenção de oito pessoas e de buscas domiciliárias e não domiciliárias, duas das quais efectuadas em sedes de municípios e quatro em secretarias regionais.
Três secretários regionais são suspeitos no caso ‘Ab Initio’
A notícia é avançada pelo jornal ‘on-line’ Observador
Quatro dias depois de terem sido detidos, em 20 de Setembro, os oito arguidos deram entrada no tribunal algemados para serem ouvidos em primeiro interrogatório judicial, tendo decidido remeter-se ao silêncio.
A juíza de Instrução Criminal decidiu soltar os arguidos e apenas determinou como medidas de coação o termo de identidade e residência, proibição de contacto com os demais arguidos e obrigação de pedir autorização ao tribunal para se ausentarem da Região, mas sem privação do passaporte. Apenas o ex-responsável do Instituto de Saúde ficou impedido de exercer funções de presidente do Conselho Diretivo, medida que se mantém.
Nenhum arguido no caso 'Ab Initio' em prisão preventiva
Juíza terá optado pelas medidas de coação menos gravosas.
Bruno Freitas tem que suspender actividade no IASAÚDE
No âmbito da operação 'AB Initio', a juíza decretou, esta tarde, que Bruno Freitas, presidente do IASAÚDE, terá que suspender a sua actividade profissional.
Carlos Teles recebido na Câmara com palmas
Chegou faltavam 6 minutos para as 9 horas. À espera de Carlos Teles, presidente da Câmara Municipal da Calheta, estavam um grupo de amigos e colegas do gabinete.
Neste mesmo dia "Mais de 300 incêndios" era o tema da manchete do DIÁRIO, que dava conta que "a esmagadora maioria das ignições contabilizadas entre Janeiro e Agosto causou fogos em mato".
Mais de 300 incêndios
Conheça os destaques desta quinta-feira em mais uma edição do DIÁRIO
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