Dos títulos à bancarrota

No próximo dia 27 e se tudo correr normalmente, ainda que a anormalidade seja uma das facetas da gestão de Pinto da Costa (PC), haverá eleições no F.C. Porto (FCP) sendo os únicos candidatos com possibilidades de vencê-las PC e André Vilas Boas (AV).

PC com o lastro de ter conseguido liderar o FCP nas suas maiores conquistas desportivas, mérito que ninguém lhe tira, tem como contrapartida o demérito de ter conduzido o FCP ao incumprimento do fair-play financeiro da UEFA, a uma situação económica e financeira que é de longe a pior entre os 3 grandes, com os capitais próprios mais negativos, o pior passivo (500M€), com a maior dívida financeira (303M€) e o pior nível de receitas entre os 3 grandes, o que teve como consequência inexorável o FCP estar tecnicamente falido e à beira da bancarrota, apesar das receitas dos últimos 20 anos (2,9 mil M€), das quais 700M€ advieram da venda de jogadores nos últimos 10 anos.

Podemos concluir sem qualquer sombra de dúvida que se a gestão desportiva de PC no passado se caraterizou por grandes êxitos, já a sua gestão económica e financeira foi um imenso fracasso, que desde há vários anos compromete irremediavelmente o futuro do FCP a todos os níveis.

O mais grave é que PC nos últimos anos não conseguiu, voluntária ou involuntariamente, rodear-se de colaboradores competentes e capazes de inverter o contínuo descalabro económico e financeiro do FCP, e nada nos indica que é agora que o conseguirá.

Só com uma gestão económica e financeira competente que permita contas equilibradas e ponha o FCP acima de interesses pessoais, será possível obter novos êxitos desportivos e impedir o FCP de continuar a atrasar-se irremediavelmente em relação aos seus 2 maiores rivais, e a perder terreno a cada ano que passa para outros adversários.

AV apresenta propostas sérias e capazes para viabilizar o futuro do FCP, ao contrário de PC cujas ideias e propostas passadistas conduziram o FCP à iminência da bancarrota.

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