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Madeira

Confiança denuncia "descontrolo nos gastos" da CMF que levam a prejuízo de 5M€

Miguel Silva Gouveia critica resultados líquidos negativos "num ano com todas as condições para manter e melhorar a saúde financeira municipal"

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Os vereadores da coligação Confiança na Câmara Municipal do Funchal votaram contra a aprovação da Prestação de Contas de 2023 na reunião semanal desta quinta-feira, 18 de Abril. 

Miguel Silva Gouveia justifica a posição, em nota emitida, com os "resultados líquidos negativos num ano com todas as condições para manter e melhorar a saúde financeira municipal". O vereador da Confiança critica o prejuízo de 5,091 milhões de euros alcançado num período em que a autarquia "bate o recorde de cobrança fiscal sobre os funchalenses, arrecadando 51 milhões de euros em impostos directos". 

Um dos motivos apresentados no relatório para o prejuízo "é o descontrolo nos gastos, onde se constata uma inacreditável inversão de prioridades com o aumento das despesas com seminários, exposições, estudos, pareceres, consultadoria, publicidade, locações de edifícios e material de transporte, enquanto é reduzido o investimento em sectores importantes como a assistência técnica, a formação, as ferramentas e utensílios, e até nos serviços de saúde", descreve a oposição, que viu o documento ser aprovado com os votos favoráveis do PSD.

Câmara do Funchal aprova contas de 2023 com a maior execução da receita dos últimos 12 anos

A Câmara Municipal do Funchal aprovou, hoje, em reunião de Câmara, as contas referentes a 2023, com Cristina Pedra a frisar que a prestação de contas teve a maior execução, em valores absolutos de todos os rácios dos últimos 12 anos, o que inclui maior execução da receita.

“Tal como na República, também na CMF o choque fiscal prometido pelo PSD não passou de um embuste, uma aldrabice desmascarada pelos resultados apresentados nestas contas, quando se verifica que são batidos sucessivos recordes de cobrança de impostos directos sobre os funchalenses", afirma o vereador Miguel Silva Gouveia. O autarca refere ainda que “a deriva ideológica deste executivo em colocar o interesse dos grandes grupos económicos à frente do interesse público, tem sobrecarregado os funchalenses com impostos enquanto os lucros das grandes empresas que operam no concelho contribuem com zero”.

O vereador da Confiança lamenta que a “presidente em exercício, com o pelouro das finanças municipais, tenha tido vergonha de anunciar publicamente a consequência desastrosa das suas políticas”, refugiando-se em “leituras criativas do documento que expõe a nu não só resultados líquidos e operacionais negativos, mas também cargas fiscais absolutamente obscenas”.

A equipa da Confiança deixou ainda o seu profundo pesar pelo falecimento do Dr. Rui Nepomuceno. Democrata, advogado, historiador, autonomista e lutador empedernido pela liberdade, este ilustre funchalense, apresenta um percurso pessoal, profissional e político, que muito honra a nossa cidade do Funchal que, com a sua partida, fica mais pobre.