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Reencontro apoteótico e inspirador

Orquestra Clássica da Madeira actuou hoje com o extraordinário clarinetista Carlos Alves e o maestro José Eduardo Gomes

Fotos Afonso Nunes/OCM
Fotos Afonso Nunes/OCM

"Foi um reencontro apoteótico e inspirador da Orquestra Clássica da Madeira com o extraordinário clarinetista Carlos Alves e o maestro José Eduardo Gomes". Assim o caracterizou o director artístico da OCM, Norberto Gomes, o espectáculo que decorreu hoje, que juntou centenas de pessoas no Centro de Congressos do Casino da Madeira. Mário Laginha e Beethoven foram os inspirados compositores selecionados para esta proposta artística.

De acordo com a descrição, "visivelmente grato e entusiasmado, o público vibrou e interiorizou este profundo momento musical que marcou o regresso da Orquestra Clássica da Madeira aos concertos depois de uma pausa no período da Páscoa", acrescenta. "Foi um momento impactante, de sublime beleza, não só pelas características das obras apresentadas no concerto mas também pela dedicação e expressividade de todos os artistas envolvidos".

Salienta Norberto Gomes, testemunha na primeira pessoa, que "o público brindou-nos com uma ovação final, de pé, e em forma de rendição à genialidade e ao sublime, deparámo-nos com o valor da música, do seu poder unificador e da sua capacidade transformadora, purificadora e enriquecedora da alma humana".

Assim, "durante cerca de uma hora de pura beleza sonora e estética, num espaço de fruição musical, para nós músicos, esta proposta artística representou um momento de reverência e gratidão pela oportunidade de interpretar obras inspiradas da criação humana. Histórico e sempre profundo e enérgico tivemos Beethoven com a sua 7.ª sinfonia e do nosso tempo, um inspirado Laginha com o seu concerto para clarinete e orquestra dedicado ao Carlos Alves que o interpretou de forma vibrante, virtuosa e retumbante", realça.

"Com a Orquestra Clássica da Madeira, o solista Carlos Alves, sob a incitadora e infalível direção do maestro José Eduardo Gomes, foram vários os trechos onde foi possível sentir o silêncio absoluto por parte do público, proporcionando instantes raramente conseguidos durante uma execução ao vivo", assinala em tom elogioso.

E continua: "Aqui assistimos a uma rendição natural ao verdadeiro poder da música, onde a ritmo sugere unanimidade, a melodia a sugerir interligação, e a harmonia a propor compatibilidade entre os demais. E cumplicidade sentiu-se entre os artistas em palco. Amizade e cumplicidade com um único objetivo de prossecução musical e artística. Sem dúvida foi um concerto especial para cada um que lá esteve presente."

Além disso, cita uma reflexão de um grande mestre do violino, Yehudi Menuhin: "O objetivo final na vida deve ser cumprir ao máximo tudo aquilo que está dentro da nossa capacidade e partilhar o que é bom e belo." Pois então, "a sinfonia de Beethoven transportou-nos numa viagem que cada um quis fazer durante aquele momento, ai ouvirmos das mais belas páginas da literária musical da história da humanidade", acredita.

Norberto Gomes destaca que "com um púbico diverso, desde residentes a visitantes, sobressai um vasto grupo de jovens que de forma assídua assistem aos concertos de organização da ANSA/Orquestra Clássica da Madeira. Esta assiduidade e procura da música erudita pelas gerações mais jovens tranquiliza-nos e é uma garantia de um futuro tanto para os jovens artistas que optaram profissionalmente pela música, assim como uma garantia de futuro para esta arte, linguagem universal, que é a música", conclui.