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Boa Noite

Delírios causados por 'Zarco'

O simulacro de congresso no PSD, os palpites do Porfírio socialista e as "titubeantes" do PAN provocam bem mais do que correntes de ar

Boa noite!

No PSD-M, no PS e no PAN há muitos mais do que correntes de ar, daquelas que deixam os cabelos em pé e desarrumam a papelada. Há um misto de irreverência sadia e de delírio incurável. Tudo por causa das descobertas de ‘Zarco’ e dos seus efeitos fulminantes na vida política regional.

. O PSD-M fez um simulacro de congresso, qual prova de vida num momento crítico sem precedentes. No Conselho Regional com 600 militantes alguns falaram e foram aplaudidos, outros engoliram em seco e a vaia da noite foi para Sara Madruga da Costa. Por ter sido sincera ou por ter ajustado contas? Entre outras verdades, esta é inequívoca, mesmo que apanhe por tabela: “Este ciclo terminou, é tempo de dar espaço a novas caras, a novas políticas, de aproximar o partido novamente das bases e do povo”.

De resto, saiu o que o DIÁRIO havia revelado na sua edição de ontem. Que vem aí uma proposta de novo governo que apresentará um novo programa e orçamento. Tudo com o apoio de CDS e PAN, determinados em levar o mandato até ao fim mesmo que saibam que Marcelo Rebelo de Sousa pode usar a bomba atómica a partir de 24 de Março.

Os nomes continuam a não ser prioridade. Nem tinham que ser, mas há um que, sem se colocar em bicos de pés, sobressaiu. Foi ou autor da frase; “Mais do que nunca é preciso um gajo nosso de quem não se goste tanto, do que um gajo porreiro da oposição”. Mas por enquanto não o queimem, como fazem com qualquer um que apareça.

. O PS continua a falar a várias vozes sobre a mesma questão, e quase sempre de forma díspar, mesmo que Paulo Cafôfo repita a cada meia-hora que urge haver eleições regionais antecipadas. Desta vez coube ao deputado socialista Porfírio Silva destoar da tese insular, alegando que há excesso de "tacticismo e demasiadas contas inter e intrapartidárias" na crise política que se instalou na Madeira.

O também director do "Ação Socialista" foi à Renascença considerar que há uma "embrulhada" criada por cálculos políticos de diversas forças partidárias e considera que “o que é normal, numa circunstância destas, é que se sai o chefe do Governo, cai o Governo, substitui-se o Governo, há um novo Governo e continua com aquilo que tem que continuar, independentemente de quais sejam as forças políticas envolvidas".

Como Porfírio Silva pediu clareza no processo político madeirense, em mais uma das muitas intromissões colonialistas recentes, tem a palavra e a acção a condizer Paulo Cafôfo que amanhã também vai ao Palácio, onde depois do demissionário Albuquerque, também já passou, em silêncio, Mónica Freitas.

. No PAN a ventania desencadeada pela corrente interna ‘Mais PAN’ varre as duas líderes, acusando-as de terem uma postura “titubeante e errática” sobre a situação na Madeira, mudando de posição todos os dias, o que “transmite ao eleitorado a imagem de um partido catavento e pouco confiável”.

Os 13 dirigentes que assinam a nota referem também que “o PAN-Madeira tem sido violentado na sua autonomia, pois à deputada regional Mónica Freitas, (que tem emitido declarações não coincidentes com as declarações de Inês Sousa Real), parece ter sido retirada a autoridade de falar à comunicação social na Madeira, como se viu na ida à audiência do representante da República” na quarta-feira.

Como no PAN da ilha a defesa mora ao lado, coube ao social-democrata Miguel de Sousa fazer o elogio de circunstância no Conselho Regional do decapitado PSD: "O PAN lidera a política regional. Mónica Freitas é mais hábil do que muitos políticos regionais. Desconhece-se qual ou quais eram os termos de comparação. Mas pela estima ancestral só pode ser malta afecta ao CDS!.